Uma nova análise envolvendo dados de quase 90 mil pessoas revela que noites menos iluminadas durante o sono estão relacionadas a uma menor incidência de doenças cardiovasculares. Com uso de dispositivos de rastreamento, os pesquisadores demonstraram que a exposição a luz durante o sono, mesmo em níveis baixos, aumenta o risco de problemas como insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e AVC.
A importância de um ambiente escuro para a saúde
Segundo o estudo, pessoas que dormem em ambientes com mais luz — semelhante à iluminação de corredores de hotéis ou de TVs ligadas — apresentam uma probabilidade 30% a 60% maior de desenvolver problemas cardíacos ao longo de uma década. Mesmo após ajustar fatores como índice de massa corporal, pré-diabetes e hábitos de sono, a exposição à luz ainda mostrou ser um fator de risco independente.
Dados inéditos de uma base massiva de informações
O estudo utilizou a maior base de dados sobre exposição individual à luz, coletada pelo UK Biobank, que acompanha meio milhão de voluntários. Com o auxílio de sensores de luz embutidos em rastreadores de atividades, os pesquisadores conseguiram monitorar, minuto a minuto, a quantidade de luz a que cada participante foi exposto durante a noite.
Consequências nocivas da luz durante o sono
Os resultados reforçam hipóteses levantadas por estudos menores de que a luz artificial à noite prejudica o ritmo circadiano, influenciando negativamente a saúde cardiovascular. Dr. Phyllis Zee, especialista em sono na Northwestern University, destaca que a pesquisa confirma os efeitos prejudiciais à saúde associados à exposição à luz noturna, mesmo em pequenos níveis.
Impactos na saúde além do sono
Além de problemas cardíacos, a exposição à luz à noite também foi vinculada a maior risco de obesidade, diabetes e hipertensão em estudos anteriores. Esses achados reforçam a importância de manter o ambiente escuro durante o sono, como forma de promover uma saúde melhor a longo prazo.
Próximos passos na luta contra a luz noturna
A tendência é que futuras recomendações incluam a adoção de ambientes mais escuros ao dormir, além de políticas públicas que promovam maior conscientização sobre o tema. “Garantir uma noite de sono realmente escura pode ser uma estratégia acessível e eficaz para proteger o coração”, conclui Windred.
Especialistas recomendam o uso de cortinas blackout, evitar telas próximas ao horário de dormir e criar rotinas que promovam ambientes mais escuros. Assim, o sono reparador se torna também uma medida de prevenção contra doenças cardíacas.

