Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Brigitte Macron provoca polêmica com declarações sobre feministas

Brigitte Macron, a primeira-dama da França, se viu em meio a uma onda de críticas após usar um termo vulgar para se referir a feministas que interromperam um show de comédia em protesto contra um artista acusado de violência sexual. O incidente, registrado em vídeo, levantou questionamentos sobre a postura pública da esposa do presidente Emmanuel Macron, que desde 2017 tem trabalhado para se estabelecer como uma figura de consenso.

A interrupção e a resposta de Brigitte

Durante uma apresentação do comediante Ary Abittan no famoso teatro Folies Bergères, os protestos começaram. Quatro membros do movimento #NousToutes, que luta contra a violência sexual, interromperam o espetáculo levantando as mãos e gritando “Abittan violador”. No dia seguinte, Brigitte Macron foi ao show acompanhada de sua filha, Tiphaine Auzière, e, após cumprimentar Abittan, fez comentários que rapidamente se tornaram controversos.

“Se houverem algumas sales connes [a expressão traduzida como ‘estúpidas’] aqui, nós as expulsaremos,” afirmou Brigitte. “Não podemos permitir isso, especialmente com bandidos mascarados.” As reações foram instantâneas e, em grande parte, negativas, especialmente entre os ativistas de esquerda e defensores dos direitos das mulheres.

Reações à declaração da primeira-dama

A declaração de Brigitte gerou indignação de várias figuras públicas, incluindo Sarah Legrain, uma deputada do partido França Insubmissa, que chamou as palavras da primeira-dama de insulto à luta das feministas. “Ela insultou feministas que estavam se manifestando contra a presença de Abittan, acusado de estupro,” comentou Legrain.

Uma das feministas que interromperam o show, identificada apenas como Gwen, declarou estar “profundamente chocada” com os comentários feitos por Brigitte Macron. Ela enfatizou que as palavras da primeira-dama não apenas deslegitimam o movimento, mas também ofendem as vítimas de violência sexual em geral.

O impacto das palavras de Brigitte Macron

As palavras da primeira-dama foram amplamente cobertas pela mídia, em um momento em que Brigitte era vista como uma figura de estabilidade no tumultuado segundo mandato de Emmanuel Macron. A crítica a seu comentário foi reforçada por figuras proeminentes da cultura, como a atriz Judith Godrèche, que se posicionou nas redes sociais, afirmando: “Eu também sou uma estúpida, e apoio todas as outras”.

Além disso, Marine Tondelier, líder do partido Ecologistas, apontou a seriedade da situação, ressaltando que “uma primeira-dama não deve dizer isso” quando se refere a alguém que está lutando por seus direitos.

Contexto e a trajetória de Ary Abittan

Ary Abittan, cujo show gerou a controvérsia, foi investigado por suspeitas de violação em 2021, mas as acusações foram rejeitadas pelos juízes após uma longa investigação de três anos. Após a decisão da justiça, ele retornou ao palco, mas encontrou resistência e protestos adequados pela sua presença. As críticas à Brigitte Macron também se entrelaçam com a agenda de Emmanuel Macron, que prometeu que a igualdade de gênero seria uma das grandes causas de seu governo, mas que também enfrentou reações negativas por seu apoio a figuras controversas no passado.

A situação destaca o crescente descontentamento entre os grupos feministas na França, que buscam não apenas justiça para as vítimas de violência, mas também uma mudança cultural que rejeite o machismo e o sexismo. A polêmica em torno das palavras de Brigitte pode resultar em repercussões não apenas na política, mas também na percepção pública da luta pelos direitos das mulheres no país.

O incidente reforça a necessidade de um diálogo mais respeitoso e aberto sobre questões de gênero e de violência sexual, e será interessante observar como a primeira-dama e o governo reagirão a essa controvérsia à medida que continuarmos a discutir o papel das mulheres na sociedade francesa.

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