O Botafogo, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, foi condenado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) a pagar a quantia de 21 milhões de dólares, equivalente a aproximadamente R$ 114 milhões, ao Atlanta United. A decisão, anunciada na última terça-feira, repercutiu no mundo do esporte e levantou questões sobre as finanças do alvinegro carioca.
Entenda o contexto da dívida
A disputa financeira entre o Botafogo e o Atlanta United remonta a julho do ano passado, quando o clube brasileiro contratou o jogador Thiago Almada. Entretanto, a negociação não saiu como esperado, e o alvinegro acabou enfrentando uma série de complicações jurídicas. O CAS decidiu que o Botafogo deve honrar o pagamento após diversas contestações realizadas pelo seu departamento jurídico, que tentaram reverter a condenação imposta pela FIFA anteriormente.
O imbróglio começou em fevereiro de 2025, quando a FIFA estabeleceu um prazo de 45 dias para que o Botafogo quitasse a dívida de 21 milhões de dólares com o Atlanta United. O clube brasileiro havia acordado com o time americano o pagamento em dez parcelas: duas de 3 milhões de dólares, sete de 2 milhões de dólares e uma última de 1 milhão de dólares. Se os prazos tivessem sido seguidos, a dívida teria sido encerrada em setembro deste ano. Contudo, até o momento, o valor não foi pago.
Justificativas do Botafogo e problemas com Thiago Almada
O Atlanta United acionou a FIFA após o não cumprimento do pagamento da segunda parcela, que também incluía uma quantia que já havia se acumulado, totalizando 6 milhões de dólares (aproximadamente R$ 33 milhões). A justificativa apresentada pelo Botafogo para a inadimplência envolveu questões relacionadas a um conflito entre Almada, o Atlanta United e a Major League Soccer (MLS).
Durante as transferências de jogadores para o futebol norte-americano, é comum que os atletas retenham 10% dos seus direitos econômicos. O Botafogo argumenta que Almada foi pressionado pelo Atlanta United e pela MLS a abrir mão dessa porcentagem. Assim, ao se transferir para o clube carioca, o meia argentino acreditava ter direito ao valor proporcional a esses 10% que, segundo ele, deveriam ser pagos.
Tentativas de acordo e a posição da SAF do Botafogo
Com essa situação, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo entende que a quantia exigida por Almada, que gira em torno de 2,3 milhões de dólares, deveria ser descontada da primeira parcela de 3 milhões de dólares. Contudo, o Atlanta United não aceitou essa proposta, o que gerou um impasse que resultou na decisão do Botafogo de não realizar qualquer pagamento.
Em nota oficial, o clube reafirmou seu compromisso com a transparência e afirmou que irá adotar todas as medidas legais cabíveis para lidar com a situação. A postura do clube demonstra a preocupação em resolver a questão, mas também reflete a instabilidade financeira que enfrenta neste momento conturbado da sua gestão.
Impactos para o Botafogo e prospectos futuros
Além do impacto financeiro, essa decisão da Corte Arbitral do Esporte é um alerta para a administração do Botafogo, que deve se atentar aos compromissos financeiros e legais para evitar problemas semelhantes no futuro. Diante da complexidade da situação, a torcida do alvinegro espera que o clube consiga reverter essa sentença e encontrar uma solução viável que não coloque em risco ainda mais a saúde financeira da instituição.
Com a visibilidade da condenação e o valor expressivo que deverá ser pago, o futuro do Botafogo quanto a contratações e investimentos em sua base pode ficar comprometido. A situação exige uma gestão ainda mais responsável e transparente, algo que o clube se comprometeu a fazer para manter o apoio da sua apaixonada torcida.
As repercussões desse caso devem seguir nos noticiários esportivos, enquanto o Botafogo tenta se reerguer e restabelecer sua reputação como um dos grandes nomes do futebol brasileiro.


