O embate entre Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, presidente do Flamengo, e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ganhou novos contornos nesta semana. O foco da controvérsia é o uso do polêmico gramado sintético em competições do futebol brasileiro, um tema que já divide opiniões no meio esportivo.
Proposta do Flamengo e resposta de Leila
Na última segunda-feira (8), Bap encaminhou uma proposta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sugerindo a padronização dos gramados utilizados nas competições nacionais. O dirigente é fortemente contra o que ele denomina de “campo de plástico”, apelido dado aos gramados artificiais. Durante uma cerimônia da CBF que premiou os melhores do Brasileirão, Bap afirmou: “Não é apenas sobre a padronização dos gramados, mas sim por uma campanha significativa contra o gramado de plástico.”
A proposta do Flamengo visa eliminar gradualmente os gramados sintéticos, que atualmente são utilizados em vários estádios, e defender as superfícies naturais como padrão para competições de alto nível. Bap enfatizou que “em um campo desses você não joga futebol”, criticando a aceitação do gramado sintético no Brasil.

A resposta de Leila Pereira não tardou a chegar. Em uma nota oficial, a presidente do Palmeiras criticou a postura de Bap e a proposta do Flamengo. Ela afirmou que “é louvável que o Flamengo apresente uma proposta, mas que a discussão está sendo pautada por clubismo.” Além disso, Leila destacou que o uso de gramados sintéticos no Allianz Parque, onde o Palmeiras manda seus jogos, não gerou um aumento significativo no número de lesões entre os jogadores.
Pontos levantados por Bap
A proposta do Flamengo apresenta vários pontos para justificar sua posição contra o gramado sintético, começando pela alegação de que essas superfícies não oferecem condições adequadas para um futebol de alto rendimento. O Flamengo menciona que em ligas reconhecidas mundialmente como a Europa, campos artificiais são proibidos, e questiona a validade de manter esse tipo de gramado nas competições brasileiras.
Além disso, a iniciativa evidência um sentimento crescente entre os atletas que se opõem à ideia de jogar em gramados sintéticos, onde alguns chegam a se recusar a atuar. O Flamengo argumenta que a adoção de um período de transição poderia permitir uma adaptação adequada, estabelecendo um limite até 2028 para a completa eliminação dos gramados artificiais nas divisões principais do futebol brasileiro.
Consequências para o futebol brasileiro
A disputa entre o Flamengo e o Palmeiras não é Apenas uma guerra de egos; é um reflexo das crescentes tensões sobre a qualidade e a integridade do futebol no Brasil. A polêmica sobre o gramado sintético levanta questões cruciais sobre a segurança dos atletas e a qualidade do espetáculo futebolístico.
À medida que clubes de maior expressão discutem suas preocupações e interesses, a CBF deve mediar esse conflito e considerar as opiniões dos diversos stakeholders envolvidos, incluindo jogadores, técnicos e torcedores. Um futebol brasileiro de qualidade deve ser respaldado por gramados que respeitem as normas internacionais, promovendo um ambiente mais seguro tanto para os jogadores quanto para o espetáculo.

Embora a disputa entre Bap e Leila pareça pessoal, à medida que a discussão sobre gramados sintéticos avança, o futuro do futebol brasileiro poderá ser redefinido, beneficiando ou prejudicando a essência do esporte amado por muitos. A necessidade de um debate aberto e baseado em evidências se faz mais presente do que nunca, visando garantir que o futebol brasileiro possa se alinhar aos padrões internacionais de qualidade e segurança.



