Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Amora-preta: da fruta tradicional à produção artesanal de bebidas no Paraná

A amora-preta, fruta tradicional do Paraná usada em geleias e sucos, agora também é matéria-prima de fermentados como cerveja, vinho, cachaça e licor. A produção ocorre em uma propriedade familiar de imigrantes belgas localizada em Ponta Grossa, a pouco mais de cem quilômetros de Curitiba, onde a colheita da variedade Brazos começou em 20 de outubro e deve seguir até o início de janeiro.

Transformação da amora na propriedade Porto Brazos

De acordo com Anneleen Dewulf, produtora e responsável técnica do empreendimento, toda a produção da fábrica artesanal é realizada com frutas de seus pomares. A plantação ocupa aproximadamente 50 hectares, sendo 20 hectares em plena produção, iniciada com a vinda da família há 25 anos. A variedade Brazos, criada pela Universidade A&M do Texas, adaptou-se bem à região e tem menor teor de açúcar, sendo considerada mais apta para a elaboração de produtos fermentados devido ao seu sabor mais azedo e adstringente.

Cultivo natural e colheita delicada

Anneleen explica que não há uso de agrotóxicos ou corantes na fabricação, reforçando o caráter “natural” dos produtos, ainda sem certificação orgânica. A colheita é manual, exigindo técnica e delicadeza, especialmente por se tratar de uma fruta sensível e fácil de amassar, motivo pelo qual normalmente trabalha-se com mulheres na coleta, conforme a técnica agrícola Fabíola Skudlarek.

Da fruta ao fermentado: inovação artesanal

Entre os produtos elaborados estão cerveja de amora, vinhos, licores, além de geleias, caldas, biscoitos, sorvetes e trufas. Como a fruta é perecível, a comercialização de amoras in natura é feita somente por encomenda, enquanto as frutas congeladas são vendidas para confeitarias, padarias, empórios e também destinadas à produção própria. A cerveja de amora, por exemplo, virou destaque e faz parte do portfólio da fábrica.

O cultivo de amora no Paraná vem crescendo. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), a área de plantio no estado atingiu 117 hectares em 2024, com uma produção de 914 toneladas avaliada em R$ 10,4 milhões. Nos últimos dez anos, o cultivo ampliou-se em 64,9% em área e 264,1% em volume, impulsionado por pesquisas da Embrapa, que desenvolveram cultivares mais resistentes ao clima regional.

Perspectivas futuras e pesquisa genética

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) destaca variedades como Cainguá, maior e mais doce, adequada para consumo in natura, e Ticuna, mais ácida, voltada à indústria. O avanço na diversificação da cultura reforça o potencial econômico da amora no estado, promovendo uma alternativa sustentável para agricultores familiares, além de valorizar a produção artesanal e a inovação na agroindústria.

Para saber mais sobre as possibilidades da amora na produção de bebidas e outros produtos, acesse o artigo completo no Globo.

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