No julgamento do núcleo 2 da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Jeffrey Chiquini, representante do ex-assessor Filipe Martins, fez declarações contundentes. Ele acusou Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, de ser o responsável pela tentativa de golpe de Estado que abala o cenário político brasileiro.
As alegações de Chiquini no julgamento
Durante sua manifestação no STF, Chiquini afirmou que a minuta do golpe, que visa comprometer Filipe Martins, foi criada por Mauro Cid, destacando uma suposta manobra para incriminar seu cliente. “Condenar o Filipe Martins é condenar o Filipe Martins na palavra de Mauro Cid, que não tem credibilidade. Mauro Cid criou a minuta golpista. A minuta é dele. Ele escreveu a minuta do golpe. Ele apresentou a minuta do golpe aos comandantes”, declarou Chiquini.
Ele continuou enfatizando a falta de confiança nas declarações de Cid: “Então, vejam o que sofremos para encontrar que o verdadeiro golpista se chama Mauro César Barbosa Cid. Mauro Cid mente. O documento [a minuta] é dele. Mauro Cid é dissimulado, utiliza tudo isso a seu favor”, ressaltou o advogado.

Chiquini também afirmou, em entrevista ao jornal Metrópoles, que encontrou um documento nos autos que comprova que Cid é o autor da minuta que visa estabelecer uma ação golpista.
PGR demanda a condenação dos réus
Nesta mesma sessão, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, apresentou sua manifestação pela condenação dos seis réus do núcleo 2, acusados de conspirar para um golpe de Estado em 2022. Gonet argumentou que o grupo pretendia provocar “caos social” para justificar uma intervenção criminosa, reforçando, assim, a necessidade de responsabilização dos envolvidos.
Durante sua fala, Gonet também comentou sobre o ambiente de violência que estava sendo promovido pelos réus: “É certo que os denunciados neste processo aderiram aos propósitos ilícitos da organização criminosa e contribuíram para os eventos penalmente relevantes em apreço”, afirmou.
A repercussão do julgamento
A sessão de julgamento no STF, que iniciou nesta terça-feira (8/12), está repercutindo intensamente na opinião pública e nas redes sociais. A acusação de que Mauro Cid é o verdadeiro golpista traz à tona questões sérias sobre a integridade dos ex-integrantes do governo Bolsonaro.
Com a defesa de Chiquini, o embate entre a acusação e a defesa promete se intensificar, especialmente com as insistentes alegações de que a credibilidade de diferentes atores envolvidos na trama está em jogo. O desfecho deste caso pode ter um impacto significativo no cenário político brasileiro, à medida que se investiga o alcance e as implicações de um potencial golpe de Estado.
Expectativas para o resultado do julgamento
O futuro de Filipe Martins e dos outros réus agora depende do desenrolar dos próximos dias no STF. A expectativa é grande, com analistas políticos e a sociedade acompanhando atentamente o andamento do processo. A eficácia do sistema judiciário, a legitimidade das provas apresentadas e a integridade dos envolvidos são aspectos que serão discutidos não apenas no tribunal, mas também nas esferas públicas e sociais.
A pressão sobre a justiça brasileira intensifica-se, à medida que a população aguarda não apenas um veredicto, mas também a manutenção da normalidade e da democracia em um período carregado de polarização política e incertezas.


