Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Transferência de Nem da Rocinha: um golpe no crime organizado

No cenário do crime organizado brasileiro, uma figura histórica ganhou destaque recentemente com sua transferência. Nem da Rocinha, antiga liderança do Amigos dos Amigos (ADA), deixou a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e foi transferido para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Esta operação foi conduzida em sigilo pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e é vista como uma estratégia para desarticular as lideranças do tráfico de drogas no país.

A trajetória de Nem da Rocinha e sua nova pena

Nem da Rocinha, cujo nome verdadeiro é Antônio Jussivan Alves dos Reis, foi preso em setembro de 2011 e, desde então, estava no sistema penitenciário federal. Com uma pena que chega a 96 anos, ele se tornou um símbolo do tráfico na comunidade da Rocinha, uma das favelas mais conhecidas no Rio de Janeiro. Agora, ele se encontra sob custódia em um local onde esteve Fernandinho Beira-Mar, outro ícone do crime no Brasil.

Motivação da transferência

A operação de transferência de Nem foi realizada no mês passado com o intuito de enfraquecer a estrutura do crime organizado. A escolha da Penitenciária de Mossoró não é por acaso; além de afastá-lo de sua antiga base de operações, a mudança também busca dificultar a comunicação com outros membros de sua facção. A atuação da Senappen nesse sentido reflete uma estratégia nacional de combate ao tráfico de drogas.

Condições de encarceramento e educação de Nem

Apesar de estar encarcerado, Nem parece ter tentado alguma forma de reintegração à sociedade. Recentemente, ele completou o Ensino Médio por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023, mas, sem sucesso. Essa questão levanta discussões sobre as oportunidades de educação para detentos no Brasil, bem como a forma como o sistema penitenciário pode oferecer meios para a reabilitação.

Leitura e reflexões durante a prisão

Durante seus 13 anos de encarceramento, Nem leu apenas cinco livros, o que revela não apenas a dificuldade de acesso a materiais de leitura, mas também a questão do engajamento cultural e intelectual de indivíduos que estão em reclusão. Entre as leituras realizadas, destaca-se “A Cabana”, de William P. Young, que, curiosamente, possui temas de perda e transformação, refletindo talvez o estado emocional de Nem durante sua detenção.

O futuro de Nem da Rocinha

Com a sua transferência, muitos questionam qual será o futuro de Nem na esfera do crime organizado. Embora atualmente ele não seja visto como um líder ativo nas facções, sua longa trajetória e notoriedade garantem que ainda haja interesse em seu papel dentro do tráfico. Especialistas em segurança pública e criminologia acompanharão de perto os desdobramentos, considerando as possíveis reações de outras facções e a replicação de sua influência no cenário criminal.

A transferência de Nem da Rocinha é, sem dúvida, um capítulo relevante no combate ao tráfico de drogas no Brasil. Esta movimentação não apenas representa um esforço para moer as lideranças do crime organizado, mas também nos convida a refletir sobre as condições oferecidas a detentos e as reais possibilidades de reabilitação para indivíduos como ele.

Enquanto a sociedade se debate acerca do manejo do sistema penal, a saga de figuras como Nem ilustra a complexidade do crime e suas relações com a pobreza, educação e a falta de oportunidades no Brasil.

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