Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Sindicato fiscaliza set de filme sobre Bolsonaro após reclamações

O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo (Sated-SP) confirmou nesta segunda-feira que enviou delegados sindicais ao set de gravações do longa “Dark Horse”, uma produção que narra a trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro e que está prevista para estrear em 2026. A decisão do sindicato se deu após o recebimento de reclamações por parte de atores e figurantes sobre más condições de trabalho.

Condições de trabalho questionadas

Na última sexta-feira, o Sated-SP coletou relatos de diversas situações preocupantes de trabalhadores envolvidos na produção. De acordo com a associação, “delegados sindicais responsáveis pela fiscalização estiveram no local das gravações para dialogar com a equipe e a produção do filme, apresentando as denúncias recebidas e solicitando que sejam tomadas as devidas providências para garantir que os artistas sejam tratados de acordo com as regulamentações do Sated”.

O sindicato tem uma história de defesa dos direitos dos trabalhadores do setor e reafirma seu compromisso em garantir que as normas de segurança e condições de trabalho sejam respeitadas, independente do contexto da produção.

A produção de “Dark Horse”

Tentando alcançar um público internacional, “Dark Horse” irá reconstituir a trajetória política de Jair Bolsonaro, atualmente condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e preso preventivamente desde 22 de novembro. O longa adota uma narrativa heroica, retratando Bolsonaro como um “improvável vencedor” das eleições, enquanto também explora seu passado militar e sua atuação contra o tráfico de drogas. A produção contará com episódios marcantes, como o atentado sofrido pelo ex-presidente em 2018.

Imagens vazadas das gravações mostram o ator americano Jim Caviezel interpretando o papel de Bolsonaro, especialmente no contexto do episodio da facada em Juiz de Fora (MG). A escolha de atores renomados, como Lynn Collins e Esai Morales, reforça a intenção de dar uma roupagem internacional ao filme, que também conta com o elenco brasileiro, incluindo o ator Felipe Folgosi, que interpretará um policial federal.

Direção e roteiro

O filme é dirigido por Cyrus Nowrasteh, conhecido por sua filmografia que aborda temáticas religiosas, incluindo “O apedrejamento de Soraya M.” (2008) e “O jovem messias” (2016). A combinação de uma narrativa polarizadora como a de Bolsonaro, sob a direção de Nowrasteh, promete gerar uma produção controversa e debatida entre os públicos brasileiro e internacional.

A resposta da produção

O jornal O GLOBO tentou entrar em contato com o deputado federal Mário Frias (PL-SP), responsável pela produção e roteiro do longa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A expectativa é que haja uma resposta oficial sobre as reclamações e a fiscalização exercida pelo Sated-SP, dado o peso que a produção de filmes sobre figuras políticas suscita na sociedade.

O Sated-SP continua monitorando a situação e se colocando à disposição dos artistas para fomentar um ambiente de trabalho adequado e seguro. À medida que a produção se aproxima da data de lançamento, questões sobre a ética na representação da figura de Bolsonaro e os direitos dos trabalhadores no setor cinematográfico se tornam ainda mais prementes.

O impacto da produção de “Dark Horse” ainda é incerto, mas certamente provocará discussões sobre o papel do cinema na dicotomia política brasileira e como as condições de trabalho são tratadas nas gravações que refletem figuras públicas controversas.

A saga em torno de “Dark Horse” apenas começou, mas a atenção do público e das autoridades está voltada para essa nova produção, à medida que ela evolui e se aproxima do seu lançamento em 2026.

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