A administração Biden propôs novas regras que, embora não impeçam totalmente a participação de atletas trans em esportes escolares, autorizariam escolas a barrar alguns atletas trans em competições de ensino fundamental e médio. A medida, que busca equilibrar segurança e justiça, foi recebida com reações variadas por ativistas trans e legisladores Republicanos.
Contexto da proposta e impacto nas competições escolares
Depois da decisão da Suprema Corte de permitir que uma garota trans de 12 anos continue competindo em atletismo, a proposta do Departamento de Educação dos Estados Unidos busca esclarecer critérios para elegibilidade de atletas trans, considerando fatores como tipo de esporte, nível de competição e fase de ensino.
Segundo o órgão, as novas regulações visam “garantir a justiça na competição ou prevenir lesões relacionadas ao esporte”, ao mesmo tempo em que minimizam danos aos estudantes trans. Elas não proíbem a participação, mas deixam espaço para que escolas adotem critérios que possam excluir alguns atletas trans de esportes específicos.
Reações de ativistas e legisladores
Ativistas trans, como Erin Reed, expressaram surpresa e preocupação com as mudanças, afirmando que as regulações não oferecem garantias suficientes de proteção aos estudantes trans que desejam competir. “Embora possa parecer bem-intencionada, a proposta ainda permite discriminação e não atende às necessidades de segurança e inclusão”, afirmou Reed, uma jornalista e ativista baseada em Washington, DC.
Por outro lado, legisladores republicanos apoiaram a iniciativa, argumentando que ela preserva a “justiça esportiva” e evita que atletas cisgender sejam prejudicados por competições com atletas trans.
Questões legais e futuro das políticas estaduais
Embora a proposta busque oferecer diretrizes mais claras, várias leis estaduais continuam a proibir ou limitar a participação de atletas trans em esportes escolares. Essas ações, muitas vezes contestadas na justiça, refletem um debate acalorado sobre direitos civis versus preocupações com a integridade esportiva.
O Departamento de Educação afirmou que a regulamentação visa proteger instituições recebedoras de financiamento federal sob o Title IX, que garante proteção contra discriminação com base no sexo. Alegou ainda que “banir atletas trans em massa” colocaria em risco programas educacionais e esportivos essenciais.
Perspectivas futuras e desafios
Especialistas destacam que a implementação dessas regras enfrentará obstáculos legais e políticos, dada a forte divisão em relação aos direitos das pessoas trans no país. A discussão sobre inclusão, justiça esportiva e legislação continuará a evoluir nos próximos meses.

