No último dia 1º de dezembro, um trágico incidente na Zona Leste de São José dos Campos, SP, resultou na morte de Júlio César de Souza Oliveira, um vendedor ambulante de 39 anos, após ser atacado por dez cães. A tutora dos animais, Fabrina Feijó, compartilhou sua versão dos eventos, alegando que tentou interromper o ataque e salvar a vítima.
Detalhes do ataque
De acordo com Fabrina, a situação se desenvolveu rapidamente naquela fatídica noite. Ela relatou que conheceu Júlio César e o convidou para sua casa, onde os cães estavam. Ao chegarem, os animais começaram a latir e, em questão de minutos, um deles avançou em direção a Júlio, que, assustado, tentou reagir. A tutora afirmou que ele chutou um dos cães, o que provocou a reação em cadeia dos outros, resultando no ataque em grupo.
“Quando fechei o portão, os cães ficaram agitados. Assim que Júlio deu um chute no cachorro preto, que é o pai e mais agressivo, os outros partiram pra cima dele e não consegui defendê-lo”, contou Fabrina em entrevista à TV Vanguarda. “Eu gritava para ele se mover, mas não conseguiu”.
Reunião de esforços para a investigação
Após o ataque, agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São José, com apoio da Polícia Militar, recolheram nove dos dez cães envolvidos. Um deles encontra-se ainda em paradeiro desconhecido. Fabrina, que se mudou para a casa há apenas duas semanas, declarou que estava colaborando plenamente com as investigações da Polícia Civil, que qualificou o ocorrido como “morte suspeita”.
Ela fez um desabafo intenso, recordando os momentos em que tentou reanimar Júlio. “Eu fiz de tudo. Dei com a panela de pressão na cabeça do Max (um dos cães) para que ele soltasse, mas foi em vão. Se eu soubesse que isso aconteceria, jamais teria trazido alguém aqui para morrer diante dos meus olhos”, lamentou a tutora.
Contexto e consequências
O incidente traz à tona a necessidade de uma discussão sobre a posse responsável de animais e as medidas de segurança que precisam ser adotadas para evitar situações como esta. É fundamental que tutores sejam instruídos sobre como lidar com comportamentos agressivos de seus pets, assim como a importância da socialização e do treinamento adequado.
Além disso, a legislação sobre a posse de animais potencialmente perigosos também precisa ser revisada. Casos como o de Júlio revelam o quão vulneráveis podem ser tanto as vítimas quanto os animais em situações de estresse e falta de controle por parte de seus tutores.
Impacto na comunidade
A comunidade de São José dos Campos reagiu com choque e indignação ao ouvir sobre o ataque. Muitas pessoas expressaram suas condolências à família da vítima e, ao mesmo tempo, levantaram preocupações sobre o manejo seguro de animais. O caso gerou um amplo debate nas redes sociais sobre a responsabilidade da tutora, a segurança da vizinhança e o bem-estar dos animais.
A tragédia que ocorreu na Zona Leste não é um evento isolado e serve como um alerta sobre a seriedade da convivência entre humanos e animais em um ambiente urbano. Medidas educativas e preventivas são essenciais para que eventos desse porte sejam evitados no futuro, protegendo tanto as pessoas quanto os animais envolvidos.
O caso segue sob investigação e a comunidade aguarda desdobramentos, torcendo para que uma solução que promova a segurança e o bem-estar de todos seja encontrada.


