No último sábado (6), a ousadia e a desesperada luta pela vida de Pamela Albanisa da Silva Lino, de 34 anos, chamaram a atenção de todos em Osasco, na Grande São Paulo. A mulher, vítima de um sequestro e de um ataque brutal por parte de seu ex-companheiro, teve coragem suficiente para se jogar de um carro em movimento na tentativa de escapar da violência. O caso, que envolve agressões e tentativa de feminicídio, está sendo investigado pela 9ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
A agressão em detalhes
Pamela estava em um escadão na Vila Menck quando Ivan Alves dos Santos Costa, seu ex-namorado de 30 anos, a surpreendeu “transtornado e drogado”, de acordo com o boletim de ocorrência. Armado com uma faca, ele a ameaçou e, após agressões físicas, forçou-a a entrar em seu carro, um modelo Celta preto. Durante o trajeto, Ivan não só proferiu ameaças de morte como também agrediu Pamela, desferindo um soco que resultou em um corte significativo em seu supercílio.
A desespero e a fuga
Com a situação se agravando, Pamela teve a coragem de abrir a porta do veículo e se jogar enquanto ele ainda estava em movimento. A queda a fez desmaiar, mas chamou a atenção de moradores da área, que imediatamente gravaram um vídeo para tentar identificar a vítima e acionaram os serviços de emergência. Pamela foi levada ao Hospital de Osasco, onde recebeu atendimento e teve alta no dia seguinte, pois a facada que levou não atingiu órgãos vitais.
Uma relação marcada por violência
O cenário da violência doméstica é ainda mais dramático quando consideramos a história de Pamela e Ivan. Eles viveram uma união estável por quase cinco anos e se separaram apenas dois meses antes do ataque. O vínculo não se rompeu de forma pacífica; Pamela relatou em seu boletim de ocorrência que Ivan não aceitava o término e vinha a perseguindo, ameaçando e monitorando seus passos.
Aumento alarmante de feminicídios
Este caso traz à tona um fenômeno alarmante: o aumento das tentativas de feminicídio no estado de São Paulo. Entre janeiro e outubro de 2025, duas mulheres por dia foram alvo de tentativas de homicídio. Os números são assustadores: 618 casos registrados, quase o dobro dos 291 casos registrados no mesmo período de 2023 — um aumento de 112% em apenas dois anos.
Consequências e ações da polícia
Além das ameaças e agressões diretas, Pamela revelou à polícia que Ivan clona seu celular e acessa suas redes sociais, respondendo mensagens como se fosse ela. Essa invasão continua a intensificar o clima de terror na vida da vítima. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou as ações tomadas e a classificação do caso como ameaça, violência doméstica e tentativa de feminicídio. Medidas protetivas foram solicitadas pela vítima e diligências estão sendo realizadas para localizar Ivan, que ainda não foi encontrado.
Reflexão sobre a violência contra a mulher
Infelizmente, a história de Pamela é apenas mais um exemplo de uma realidade enfrentada por muitas mulheres no Brasil. A luta contra a violência de gênero é uma batalha constante e, apesar de avanços nas políticas públicas e na conscientização, o aumento nas estatísticas indica que é preciso fazer mais. É fundamental que a sociedade se mobilize em busca de um ambiente de segurança e respeito para todas as mulheres.
Enquanto a investigação prossegue, a esperança é que casos como o de Pamela não sejam apenas números em uma estatística, mas sim um chamado à ação em favor da vida e da dignidade das mulheres.



