Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Flávio Bolsonaro lança candidatura à Presidência sem aviso a aliados

No último final de semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou sua candidatura à Presidência da República, mas a decisão pegou de surpresa seus aliados. Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, revelou que a candidatura não foi comunicada com antecedência aos partidos da base aliada. Durante uma reunião na noite de segunda-feira, Marinho se reuniu com líderes de partidos como PP e União Brasil, que até o momento não manifestaram apoio público à candidatura de Flávio.

Candidatura e reações

Ainda conforme Marinho, os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antonio Rueda, escutaram as explicações de Flávio, mas afirmaram que irão consultar suas legendas antes de decidir sobre um eventual apoio. “A decisão (de lançar Flávio) não foi comunicada com antecedência aos partidos aliados e hoje foi um momento de conversarmos sobre como se deu essa definição”, declarou Marinho. Ele ressaltou que tanto Ciro quanto Rueda se mostraram receptivos aos argumentos apresentados, mas que a escolha final ainda está em aberto.

O lançamento oficial da candidatura ocorreu na sexta-feira, o que deixou um breve período para que as lideranças políticas analisassem a proposta. Flávio busca atrair o Centro e a Centro-direita, como parte de sua estratégia para aumentar as chances de viabilidade eleitoral.

A resistência do Centrão

A avaliação prévia do Centrão é de que Flávio Bolsonaro pode não ser a melhor opção para unir a oposição. O histórico e a imagem associada ao sobrenome Bolsonaro pesam contra a candidatura, especialmente diante das pesquisas de intenção de voto, que apontam uma alta rejeição ao senador. A preferência por outros nomes, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é claramente demonstrada por integrantes do Centrão.

Ciro Nogueira, presidente do PP, foi vocal em sua insatisfação, afirmando que as candidaturas com potencial competitivo são de Tarcísio e do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). “O senador Flávio é um dos melhores amigos que tenho na vida pública. Só que política não se faz só com amizade, se faz com pesquisas, viabilidade, ouvindo os partidos aliados”, disse Nogueira. Para ele, a candidatura precisa ser construída de forma mais coletiva, evidenciando a necessidade de um alinhamento maior entre os aliados.

A repercussão negativa e suas consequências

Além dos desafios impostos pelos aliados, Flávio também tem lidado com uma repercussão negativa, especialmente após suas declarações de que teria um “preço” para desistir da candidatura. Essa afirmação, feita em referência à possibilidade de negociar uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, acabou sendo vista como um erro que fragiliza a candidatura, já questionada desde o início.

“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu vou negociar. Tenho um preço para não ir até o fim”, declarou Flávio no domingo. Essa fala, a apenas dois dias do anúncio da candidatura, acentuou os questionamentos sobre sua real disposição e compromisso com a disputa presidencial.

Desafios eleitorais

Pesquisas recentes do Datafolha mostram uma situação desfavorável para Flávio. Em um possível segundo turno, o ex-presidente Lula teria 51% contra 36% de Flávio, uma diferença de 15 pontos percentuais. Comparando com outros concorrentes, Tarcísio de Freitas apresenta um cenário mais competitivo, com Lula marcando 47% contra 42% do governador, refletindo uma ligação mais positiva com o eleitorado.

Os dados de rejeição também revelam um desafio significativo para Flávio. Mesmo sem experiência em cargo executivo, 38% dos eleitores afirmam que não votariam nele. Esse índice, embora inferior ao de Lula (44%), é maior do que o de Tarcísio (20%) e Ratinho Junior (21%). Esses números indicam que as dificuldades de Flávio na construção de uma candidatura viável são reais e precisam ser cuidadosamente abordadas.

Marinho, que atuou como porta-voz da reunião com Flávio, afirmou que o senador não tratou sua candidatura como um “balão de ensaio”, mas os próximos passos e o apoio dos partidos aliados continuarão a ser analisados nas próximas semanas. Assim, o futuro político de Flávio Bolsonaro permanece incerto, e a interação com o Centrão e outras legendas será fundamental para a definição do quadro eleitoral.

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