Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Compra intermediada da Keeta levanta reclamações de restaurantes no Brasil

Uma modalidade de pedido de refeições chamada “compra intermediada”, trazida pela gigante chinesa das entregas Keeta ao Brasil, tem gerado reclamações de restaurantes que aparecem no aplicativo sem manter contratos com a empresa. A nova ferramenta permite que consumidores façam pedidos em estabelecimentos não vinculados formalmente à Keeta, o que preocupa donos de negócios e órgãos reguladores.

Como funciona a compra intermediada

Nesse formato, o cliente clica na tag “compra intermediada” no app, sendo informado de que os preços podem variar em relação aos valores praticados pelo restaurante, pois incluem custos de compra e entrega vinculados ao serviço. Após o pedido, um entregador ou assistente da Keeta vai até o restaurante, faz o pedido no caixa e leva o produto ao cliente, sem que haja uma parceria oficial entre o restaurante e a plataforma.

Reclamações e preocupações dos restaurantes

Desde o início do piloto em Santos e São Vicente, em agosto, ao menos quatro redes de restaurantes procuraram a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) por problemas relacionados à prática. A partir de 1º de dezembro, a Keeta ampliou suas operações para São Paulo e regiões metropolitanas, atraindo uma grande quantidade de estabelecimentos e entregadores.

Segundo dados da ANR, a plataforma contava com cerca de 27 mil restaurantes na capital paulista e 98,2 mil entregadores cadastrados antes do lançamento oficial. Durante o piloto, mais de mil estabelecimentos e 4,7 mil entregadores se inscreveram na plataforma, com crescimento expressivo na base de cadastros.

Aspectos jurídicos e conflitos no setor

As principais reclamações envolvem uso não autorizado de marcas e imagens, além de preços que podem não refletir a estratégia dos restaurantes. “Se houver promoções na plataforma, isso pode gerar demanda inesperada, dificultando a logística dos estabelecimentos”, explicou uma fonte da importância setor ao GLOBO.

Além de descontentamentos internos, há relatos de que a rede Outback, uma das que aparecem na opção “compra intermediada”, tenha enviado mensagem nas redes sociais recomendando pedidos apenas por seus canais oficiais, como iFood e 99Food. A empresa justifica que busca garantir a experiência, segurança e rastreamento dos pedidos por esses canais.

Reações e possíveis medidas futuras

Fernando de Paula, vice-presidente do Conselho da ANR, afirmou à reportagem que a associação acompanha a situação de perto, embora não tenha decidido judicializar a questão. “Esperamos que a Keeta abandone essa prática, pois ela já gerou conflitos no passado”, afirmou.

Além de questões legais, há preocupações sobre o impacto na relação entre consumidores e restaurantes, principalmente quanto à transparência. Especialistas explicam que a compra intermediada é um “favor” oferecido por plataformas a clientes que desejam solicitar alimentos de estabelecimentos sem parceria formal, sem que isso configure violação às leis de concorrência ou uso indevido de marcas em regra.

Por outro lado, advogados alertam que o uso de imagens e marcas sem autorização pode infringir direitos autorais e de propriedade intelectual, mesmo quando o uso é para divulgar produtos ou serviços. Ainda assim, a legislação antiga não contempla completamente os desafios do comércio eletrônico e delivery, o que deixa margem para interpretação pelo setor.

A Keeta afirmou que a modalidade está em fase de testes, sendo uma ferramenta para acelerar a oferta de restaurantes ainda não integrados ao sistema, sobretudo pequenos negócios com dificuldades de integração via API. A companhia reforça que todas as operações estão em conformidade com a legislação local e que as reclamações são avaliadas individualmente.

Mais informações podem ser conferidas na matéria completa em GLOBO.

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