Recentemente, o agregador de pesquisas Rali — uma iniciativa do GLOBO em parceria com o Instituto Locomotiva — trouxe à tona novos dados que indicam uma mudança na percepção do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os brasileiros. A nova pesquisa Datafolha revela uma redução significativa na diferença entre a desaprovação e a aprovação do governo, uma dinâmica importante em um momento onde a política nacional se torna cada vez mais polarizada.
Aprovação e reprovação: números que falam
De acordo com os dados coletados, atualmente, 49,1% dos entrevistados afirmam desaprovar a gestão de Lula, enquanto 47,8% expressam aprovação. Esse quadro é uma leve melhora em relação ao mês anterior, quando a desaprovação superava a aprovação em 3 pontos percentuais. É importante observar que, em novembro, a desaprovação atingiu 49,9%, enquanto a aprovação era de 46,9%. Esta oscilação positiva indica uma leve recuperação na popularidade do presidente após meses de dificuldades.
Distância entre avaliação negativa e positiva
Esse movimento positivo é sustentado também por uma mudança na avaliação geral da gestão. A percepção negativa ultrapassava a positiva em 6,4 pontos, mas esse intervalo agora é de 5,8 pontos. A avaliação detalhada mostra que 37,5% dos entrevistados veem a gestão federal de Lula negativamente, enquanto 31,7% a consideram ótima ou boa, e 28,8% a classificam como regular. Os números sugerem que a administração está conseguindo, ao menos parcialmente, reverter a maré de reprovação que enfrentou durante boa parte do ano.
O que os dados revelam?
Os dados apresentados pela nova pesquisa também revelam que a reprovação ultrapassou a aprovação logo no início do ano, atingindo um pico de 13 pontos em junho. Desde então, houve uma leve redução dessa diferença, com a administração de Lula tentando captar apoio popular por meio de políticas sociais e investimentos em infraestrutura, essenciais para a recuperação econômica do Brasil.
Dados da pesquisa Datafolha
Divulgada no último sábado, a pesquisa Datafolha indicou que apenas 32% dos brasileiros consideram a gestão de Lula ótima ou boa, enquanto 37% a avaliam como ruim ou péssima. A pesquisa anterior, realizada em setembro, mostrava um cenário um pouco mais favorável, com 33% de aprovação e 38% de reprovação. Essa estagnação na aprovação mostra que, apesar dos esforços do governo para melhorar sua imagem, ainda há um longo caminho a percorrer.
Um ponto interessante que a pesquisa destaca é a variação nas avaliações conforme a classe econômica. Na faixa de renda de dois a cinco salários mínimos, 31% consideram a gestão como ótima ou boa, enquanto 39% a veem como ruim ou péssima — uma distância que representava quase o triplo há três meses.
O papel do Rali e da metodologia
O agregador Rali, desenvolvido pelo GLOBO e Instituto Locomotiva, é um esforço para mostrar de maneira clara e detalhada a popularidade do governo federal e as intenções de voto para as eleições de 2026. A pesquisa não substitui os estudos individuais de cada instituto, mas integra diferentes metodologias para proporcionar uma leitura holística do comportamento do eleitorado brasileiro.
Análise das tendências ao longo do tempo
Além disso, o Rali compila dados históricos desde o governo de Fernando Collor, o que permite uma comparação robusta com as administrações anteriores. Por meio desse histórico, é possível analisar dicas sobre a confiabilidade dos candidatos, assim como a influência de indicadores econômicos, como inflação e desemprego, nas avaliações das gestões presidenciais.
Com a atual pesquisa, a gestão de Lula parece estar navegando em águas mais tranquilas, embora de forma cautelosa. Mesmo com a margem de erro aplicável, a leve recuperação pode sinalizar aos líderes e analistas políticos que a administração está fazendo esforços para melhorar a imagem nacional. O Rali e suas metodologias serão fundamentais para compreender melhor as futuras dinâmicas políticas no Brasil.
Em suma, os dados revelam um panorama complexo e em constante evolução, onde a percepção pública é influenciada por uma variedade de fatores. À medida que o governo se aproxima de seus dois anos de mandato, será interessante acompanhar as tendências e a resposta dos cidadãos a medidas políticas e econômicas que ainda estão por vir.



