O retorno do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao cargo no Tocantins veio acompanhado de uma importante medida administrativa. Ele anunciou a formação de uma comissão que terá a responsabilidade de avaliar os atos do governo interino, liderado pelo vice-governador Laurez Moreira (PSD), durante os três meses em que Barbosa esteve afastado por conta das investigações da Operação Fames-19. Essa operação investiga suspeitas de desvio de recursos públicos na pandemia da Covid-19.
A situação atual do governo do Tocantins
Wanderlei Barbosa havia se afastado em setembro de 2025 e ficou fora do cargo por 93 dias. Durante esse período, Laurez Moreira assumiu como governador em exercício, implementando várias ações que agora serão analisadas pela nova comissão. A medida foi determinada após a revogação do afastamento por meio de uma liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o retorno de Barbosa, encerrando um longo período de incerteza no governo tocantinense.
Comissão para avaliar a gestão interina
Segundo informações do governo, a comissão será composta por membros de cinco órgãos diferentes: a Procuradoria-geral do Estado, a Casa Civil, a Secretaria do Planejamento, a Secretaria da Fazenda e a Controladoria Geral do Estado. O objetivo principal dessa avaliação é analisar a legalidade dos decretos e contratos firmados por Laurez Moreira, especialmente o decreto de emergência na saúde e os valores alocados para os municípios, que somam R$ 417 milhões.
Ações sob análise
Dentre as ações que serão avaliadas pela comissão, destacam-se não apenas os contratos iniciados e encerrados, mas também programas importantes como o Tocantins Presente e Jovem Trabalhador, além da inauguração de obras durante o período de interinidade de Laurez. O governo também irá investigar o plano de saúde dos servidores públicos estaduais, a Rede Integrada de Proteção à Mulher e o recolhimento de veículos do governo.
Contexto da Operação Fames-19
A Operação Fames-19 ganhou notoriedade após a Polícia Federal iniciar investigações sobre um suposto desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia. O afastamento de Wanderlei Barbosa foi uma medida cautelar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, por isso, a criação da comissão é vista como uma forma de garantir transparência e responsabilidade na gestão pública.
O governo Laurez Moreira
Durante o período de a frente do governo, Laurez Moreira não só exonerou todo o primeiro escalão de Barbosa, mas também buscou legitimar suas ações. Ele alegou que suas decisões estavam alinhadas com recomendações judiciais, o que gerou um clima de tensão entre ele e Barbosa, que já se autodenominava “governador do Tocantins” nas redes sociais, em um claro descontentamento com a situação.
Conclusão
A criação da comissão por parte de Wanderlei Barbosa abre um novo capítulo na política do Tocantins. O estado passa agora por um processo de revisão de atos administrativos durante um período conturbado, e a expectativa é de que essa análise traga à tona informações que possam impactar não apenas a gestão atual, mas o futuro político de ambos os governantes. Os próximos passos dependem das conclusões que serão tiradas pela comissão e da resposta da população diante dos possíveis desdobramentos.
À medida que os acontecimentos se desenrolam, a sociedade tocantinense aguarda por esclarecimentos que possam garantir mais transparência e eficácia nas ações governamentais. O g1 continuou em contato com Laurez Moreira em busca de comentários sobre a situação, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.
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