Brasil, 7 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Trump precisa de nova estratégia para a Ucrânia

Michael McFaul, ex-embaixador dos EUA na Rússia e especialista em assuntos internacionais, critica a estratégia vigente da administração Trump na guerra da Ucrânia. Segundo ele, o esforço de negociações diretas com Vladimir Putin tem sido infrutífero e recai sobre uma falsa esperança de resolução.

Negociações com Putin não avançam

McFaul destaca que as conversas recentes, incluindo um plano de 28 pontos repleto de concessões, não resultaram em progressos e, pelo contrário, fortaleceram o líder russo. “Putin tem usado as concessões anteriores para exigir ainda mais, como pedir que os EUA pressionem Kyiv a abrir mão de partes do Donbas”, afirma o especialista. Ele acredita que uma estratégia de appeasement só alimenta a agressividade russa.

Foco na capacidade militar da Rússia

Para melhorar as chances de paz, McFaul sugere que a administração Trump concentre-se em limitar a capacidade de Putin de continuar a guerra, e não em tentar convencê-lo a mudar de ideia. Ele defende que os EUA forneçam mais armas avançadas a Kyiv, como mísseis AIM-120, sistemas de defesa NASAMS e capacidades de ataque de longo alcance, incluindo mísseis Tomahawk.

“Só quando Putin perceber que não tem mais meios de continuar a expansão territorial ele considerará negociar de forma séria”, explica. Além disso, é vital fortalecer as sanções econômicas, como bloquear a exportação de petróleo russo e congelar ativos bancários, além de ameaçar sanções secundárias contra China e outros países que facilitem o apoio à Rússia.

Desassociação de negociações de segurança

McFaul sugere que o governo Trump precise separar as negociações sobre o fim do conflito das garantias de segurança ocidentais para a Ucrânia. Segundo ele, é imprescindível que os russos fiquem fora dessas discussões, retomando o princípio de que alianças como a OTAN não precisam de autorização de Moscou para serem criadas ou expandidas.

Separar questões de Rússia e Ucrânia

Outra recomendação é desvincular as negociações de paz das relações bilaterais entre EUA e Rússia. McFaul critica que temas econômicos e de negócios tenham sido abordados por representantes comerciais na rodada de conversas recente, o que poderia parecer uma negociação de troca de interesses comerciais por segurança ucraniana.

Coordenação diplomática eficaz

Por fim, o especialista recomenda que o secretário de Estado, Marco Rubio, assuma a liderança nas negociações com russos e ucranianos, realizando uma diplomacia de estilo “shuttle”, ou seja, realizando encontros alternados com os dois lados para facilitar avanços concretos. Para McFaul, essa abordagem reforça a necessidade de uma estratégia mais firme e coordenada para pôr fim ao conflito.

Se as atuais táticas de appeasement e negociação direta não forem revistas, alerta McFaul, o risco de prolongamento do conflito e de maior sofrimento humanitário tende a crescer, dificultando uma paz duradoura.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes