Um caso trágico tomou conta de São Vicente, no litoral de São Paulo, onde um bebê de apenas três meses foi encontrado morto, levantando inúmeras questões sobre as circunstâncias do óbito. As investigações da Polícia Civil apontam que os pais da criança, em depoimentos, apresentaram contradições significativas. A situação gerou uma série de investigações para elucidar o que realmente aconteceu na noite da fatalidade.
Os fatos do ocorrido
A criança foi localizada sem vida na manhã de sexta-feira, dia 5, por volta das 6h42, em uma residência na Favela do Charms, no bairro Jockey Clube. A Polícia Militar e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas após a mãe do bebê buscar ajuda. O caso foi classificado inicialmente como morte violenta, e a investigação está sendo liderada por agentes do 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente.
Depoimentos dos pais chocam autoridades
Ambos os pais forneceram relatos que se mostraram incompatíveis em diversos pontos. A mãe, uma jovem de 20 anos, relatou que estava consumindo bebida alcoólica com o marido desde a manhã e que, na madrugada, subiu para amamentar o filho. Ela afirmou que quando retornou do andar de baixo encontrou o pai da criança, que tem 38 anos e é encanador, dormindo com o braço sobre o rosto do bebê. De acordo com a mãe, o bebê estava frio e roxo quando foi encontrado.
Por sua vez, o pai contou uma história diferente, alegando que a mãe dormiu sobre o filho e que não se recordava de ter se deitado com ele no colo. Segundo sua versão, ele acordou com a esposa em desespero, sem saber que havia algo errado. O clima de confusão aumentou ainda mais quando ambos contradizem os horários em que subiram para o quarto e a posição em que o bebê foi encontrado.
Contradições claras entre os relatos
Os investigadores notaram pelo menos seis pontos de divergências nos relatos do casal. Entre elas, o horário que a mãe disse ter subido para o quarto foi às 22h, enquanto o pai afirmou que deveria ser por volta da meia-noite. Essa diferença de tempo gerou insegurança sobre a cronologia dos eventos da noite fatídica.
Além disso, enquanto a mãe alegou que o bebê estava no berço até que a colocou na cama, o pai afirmou que a criança já estava ao lado da mãe quando ele subiu. A situação é agravada pelo fato de que a mãe afirma que o pai estava bêbado, o que foi negado por ele em seu relato. Essas discrepâncias são motivo de preocupação e indicam que pode haver algo mais sério por trás da tragédia.
Aguarda-se a conclusão do laudo necroscópico
A Polícia Civil aguarda o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML), que deve trazer informações fundamentais para determinar a causa da morte do bebê. A análise está focada em confirmar se houve asfixia ou engasgo durante a amamentação, além de verificar se as manchas roxas encontradas no corpo da criança são resultado de agressão ou se surgiram após a morte.
Implicações legais e próximo passos
O caso chama a atenção não apenas pela tragédia familiar, mas também pelas possíveis implicações legais que podem surgir. Com a enquete sendo tratada como homicídio, e as autoridades policiais reconhecendo a necessidade de um exame mais aprofundado da situação, é certo que novas informações virão à tona à medida que a investigação avança.
Os pais do bebê, apesar da dor pela perda de seu filho, podem enfrentar consequências legais sérias dependendo do resultado da investigação e do laudo necroscópico. Este caso é um lembrete da fragilidade da vida e da importância de se garantir a segurança das crianças.
A tragédia em São Vicente deixa uma marca profunda na comunidade local e um alerta sobre as responsabilidades parentais, enfatizando a necessidade de cuidados contínuos e atentos para com as crianças.
