Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Criticas a Tarcísio de Freitas por instalação de pedágios eletrônicos em SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está enfrentando um intenso desgaste político devido à instalação de pedágios eletrônicos, conhecidos como free flow, nas rodovias do estado. O sistema, que elimina as tradicionais cancelas e cabines de cobrança, tem gerado descontentamento não apenas entre opositores, mas também entre membros da sua própria base de apoio.

O que são os pedágios free flow?

Os pedágios eletrônicos free flow funcionam por meio de pórticos que identificam automaticamente os veículos e registram os trechos percorridos, cobrando o valor proporcional. Isso significa que, ao invés de pagar uma tarifa fixa ao passar por cabines, os motoristas pagam apenas pelo que efetivamente utilizam das rodovias. Essa mudança visava aumentar a fluidez do tráfego e modernizar o sistema de cobrança, mas resultou em uma série de polêmicas.

Críticas de parlamentares e população

As críticas são generalizadas, e muitas vêm de locais que antes não tinham qualquer tipo de cobrança. Em cidades como Arujá, Mogi das Cruzes e Bertioga, pórticos foram instalados em trechos que antes eram livres, gerando insatisfação entre os moradores e motoristas que costumavam transitar sem custos.

Em novembro, cinco pórticos foram ativados em rodovias como Mogi-Dutra e Padre Manoel de Nóbrega. Além deles, outros seis sistemas eletrônicos estão em operação, aumentando o número de pontos de cobrança em um estado onde a população já enfrenta altos custos de transporte.

“Quantos pedágios você pagou neste feriado?”, questionou o deputado estadual Emídio de Souza (PT) em uma postagem nas redes sociais, utilizando um vídeo humorístico que satirizava a cobrança excessiva. Essa reação evidencia o crescente descontentamento popular.

Investigação na Assembleia Legislativa

Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o tema “free flow” já gerou diversas representações. Em novembro, foram apresentados quatro requerimentos de informações e um projeto de lei que busca regulamentar o sistema de cobrança. O deputado Caio França (PSB) questiona os investimentos feitos em Bertioga, uma das cidades mais afetadas pela nova cobrança.

O deputado Maurici (PT), por sua vez, propôs um projeto de lei que exige a criação de um aplicativo único para pagamentos, facilitando a vida dos motoristas que utilizam diferentes rodovias.

A pressão dos aliados

Mesmo aliados do governador, como o deputado Jorge Wilson (Republicanos), levantaram suas vozes contra a instalação dos pedágios. Wilson solicitou a proibição da instalação de praças de pedágio nas áreas urbanas, demonstrando a falta de consenso até entre os apoiadores de Tarcísio.

Após pressões, o governo decidiu cancelar a cobrança de dois pedágios entre Itariri e Peruíbe na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, uma vitória dos parlamentares que defendem os interesses dos moradores da região, historicamente carente.

Novas cobranças e contestações judiciais

No próximo sábado, uma nova cobrança de pedágio free flow será implantada na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos. Com tarifas que variam de R$ 0,25 a R$ 2,82, a cobrança será realizada apenas na pista expressa, enquanto na pista local não haverão tarifas. No entanto, essa nova medida já enfrenta contestação judicial. A prefeitura de Guarulhos, junto com o Ministério Público Federal e um deputado estadual, moveram ações na Justiça Federal buscando a suspensão da cobrança, resultando em uma liminar temporária que foi revogada.

Nota da Agência de Transporte do Estado de São Paulo

Em meio a toda essa polêmica, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) se manifestou, afirmando que todas as decisões sobre a instalação de pórticos de cobrança são baseadas em estudos técnicos. O órgão reiterou que o objetivo é garantir um sistema que permita o pagamento proporcional ao trecho percorrido, promovendo mais agilidade e justiça tarifária nas rodovias, ao mesmo tempo que diminui a necessidade de praças físicas.

À medida que as críticas se intensificam e a pressão pública aumenta, o futuro da política de pedágios em São Paulo e a resposta de Tarcísio de Freitas a essa situação permanecem incertos.

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