A direção dos Correios aguarda um aporte emergencial do Tesouro Nacional entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões até 16 de dezembro para garantir o pagamento da folha de salários, 13º e fornecedores, em meio à maior crise financeira da história da estatal, segundo fontes oficiais. A medida visa evitar o colapso nas operações neste período de fim de ano, com dificuldades para fechar um empréstimo de R$ 20 bilhões garantido pelo governo.
Crise dificulta contratação de empréstimo bilionário
Atualmente, as negociações para obtenção de um crédito de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro estão travadas devido às altas taxas de juros. Segundo interlocutores, cinco bancos—Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra—propunham juros de 136% do CDI, considerados abusivos pelo governo, que exige um limite de 120% do CDI para operações com garantia da União. As condições elevadas levaram à recusa da operação.
Impasses nas negociações e estratégias do governo
O governo vinha resistindo ao aporte de recursos por falta de margem orçamentária e pelo entendimento de que a estatal possui receita própria. No entanto, um decreto este ano permite o auxílio, desde que condicionada a um plano de recuperação, como o dos Correios, que passou por reestruturação recente.
Plano de recuperação e cortes de pessoal
O programa de reestruturação aumentou a previsão de demissões voluntárias de 10 mil para 15 mil trabalhadores e inclui o fechamento de 1.000 unidades pelo país. Outras medidas envolvem melhorias na eficiência, ampliação de serviços e ajustes no fundo de pensão Postalis para melhorar sua governança, com execução prevista em até dois anos.
Negociações com bancos e alterações na área social
Além do financiamento, os Correios tentam obter condições melhores junto ao grupo de bancos, que inclui Caixa, para alcançar as taxas exigidas pelo Tesouro. Os cortes de despesas também afetaram benefícios como o vale-natal, cancelado em 2024 após acordo coletivo, e a prorrogação do acordo atual até 16 de dezembro, com negociações previstas com sindicatos na próxima semana.
Perspectivas diante da crise e impacto social
Segundo fontes, a prioridade é garantir os compromissos de fim de ano enquanto implementa o plano de ajuste, que, além da redução de custos, busca ampliar receitas por meio de novos serviços. A crise levou ao cancelamento de benefícios para os funcionários, dificultando o equilíbrio financeiro da estatal neste momento crítico.
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