A direção dos Correios elevou a meta do plano de demissão voluntária (PDV) para 15 mil desligamentos até 2027, com previsão de economizar R$ 1,4 bilhão. A iniciativa faz parte do projeto de recuperação financeira da estatal.
Reestruturação e metas financeiras
De acordo com o documento interno “Correios em Reestruturação”, a estatal pretende desligar 10 mil funcionários em 2026 e mais cinco mil em 2027, por meio do PDV, considerado totalmente voluntário e com condições atrativas para os colaboradores que optarem pela adesão.
A medida visa garantir a sustentabilidade da empresa, que enfrenta dificuldades financeiras há anos. Além da redução de pessoal, a estatal planeja revisar sua estrutura organizacional e implementar um novo Plano de Cargos e Salários (PCCS) até dezembro de 2026, alinhado às futuras necessidades estratégicas.
Contratações suspensas e gestão de custos
O documento confirma o adiamento das contratações do último concurso público realizado em 2024, que ficarão suspensas até 2027. Outra estratégia anunciada é a revisão técnica de mil unidades deficitárias, buscando avaliar operações com baixo movimento ou custos elevados, além de explorar canais alternativos, como o serviço digital Correios AQUI.
Para regularizar seus pagamentos até janeiro de 2026, a empresa reafirmou a necessidade de obter um empréstimo de R$ 20 bilhões, sendo parte para este ano e o restante para 2026. Apesar da tentativa de negociações com o governo, houve dificuldades devido à recusa do Tesouro Nacional em garantir o custo elevado do financiamento, mas a estatal busca alternativas, como um aporte emergencial de recursos.
Atualizações na área operacional e novos projetos estratégicos
O foco operacional foi reforçado com o lançamento de um novo modelo de rotas em Goiás, Distrito Federal e Pernambuco, utilizando tecnologias logísticas semelhantes ao Google Maps, que reduzem deslocamentos desnecessários e aumentam a eficiência das entregas.
Nos próximos anos, os Correios pretendem investir na ampliação de receitas por meio de projetos estratégicos, modernização de atendimentos, e integração mais eficiente entre canais físicos e digitais. A partir de 2027, o plano inclui o retorno de investimentos com recursos do Banco do Brasil dos Brics, com previsão de receber aproximadamente R$ 760 milhões anuais até 2030.
Perspectivas futuras e desafios
O documento aponta que a reestruturação envolve também melhorias no plano de saúde da empresa até junho de 2026, além de ações para tornar o fundo de pensão Postalis sustentável até março de 2026. A estatal continuará a revisar suas unidades com desempenho deficitário, buscando otimizar recursos e reduzir custos operacionais.
Apesar dos obstáculos na obtenção de créditos e de negociações ainda em andamento, a direção dos Correios reforça seu compromisso com a modernização e a recuperação financeira, essenciais para garantir a continuidade dos serviços aos brasileiros.
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