No voo de retorno do Líbano para Roma, o Papa Leão XIV encontrou-se com jornalistas e discutiu o papel da Santa Sé nas negociações de paz, enfatizando a necessidade de diálogo entre as partes em conflito. O pontífice ressaltou também o envolvimento da Europa, especialmente da Itália, nas questões relacionadas à Ucrânia e a importância da paz duradoura na região.
A recepção calorosa dos jornalistas
Durante sua coletiva, que contou com a presença de 81 jornalistas, o Papa expressou apreço pelo trabalho da mídia, incentivando a continuar destacando as mensagens significativas de sua viagem ao Líbano. Ele foi recebido com uma pintura feita por um correspondente libanês, que retratava seu encontro com lugares icônicos do país.
O papel da Santa Sé nas negociações de paz
Leão XIV abordou a questão da paz, respondendo a perguntas sobre sua interação com líderes mundiais. O Papa mencionou que acredita na possibilidade de uma paz duradoura no Líbano, afirmando ter conversado com líderes de países da região e expressando seu desejo de buscar soluções pacíficas. “Quando falamos de esperança e paz, fazemos isso porque acreditamos na possibilidade de um futuro melhor para o Líbano”, afirmou.
Desafios na negociação de paz
O pontífice destacou que o papel do Vaticano não é apenas público, mas que muitas vezes suas ações são realizadas “nos bastidores” para fomentar o diálogo. Ele enfatizou a importância de trabalhar em colaboração com diferentes grupos, incluindo representantes políticos, para buscar soluções não violentas.
Quando questionado sobre a resposta do Hezbollah, Leão XIV afirmou que a Igreja promove o diálogo, embora prefira não entrar em detalhes específicos nesse momento. A busca pela paz continua como um dos objetivos centrais da Santa Sé, que, segundo ele, tem procurado sempre incentivar a troca de ideias e negociações.
Considerações sobre a situação na Ucrânia e na Venezuela
Durante a coletiva, o Papa também fez importantes comentários sobre a situação geopolítica envolvendo a Ucrânia, reconhecendo que a presença da Europa nas negociações de paz é crucial. Ele sugeriu que a Itália poderia desempenhar um papel fundamental como mediadora, dada sua posição histórica na região. “Acredito que a presença da Europa é vital para uma paz justa”, afirmou.
Em relação à Venezuela, o Papa afirmou que a Conferência Episcopal e o núncio estão buscando maneiras de acalmar a situação no país, ressaltando que o sofrimento do povo deve ser priorizado em qualquer negociação. Ele fez alusão às recentes tensões entre os EUA e o governo venezuelano, sugerindo que o diálogo deve ser preferido em vez de ações militares.
Reflexões sobre sua escolha e espiritualidade
Os jornalistas também questionaram o Papa sobre sua experiência no Conclave que o elegeu e como está se adaptando a seu papel. Leão XIV compartilhou que, inicialmente, havia pensado em se aposentar, mas decidiu entregar sua vida a Deus e confiar em sua orientação. “Eu não sei o que o futuro reserva, e isso é completamente normal. Coloco minha fé em Deus e deixo que Ele me guie”, declarou.
A importância do diálogo entre religiões
Leão XIV ressaltou a necessidade de promover a paz e o respeito mútuo entre diferentes religiões, trazendo à tona as lições que o Líbano pode ensinar ao mundo, onde muçulmanos e cristãos convivem harmoniosamente. “Precisamos trabalhar juntos para construir relações que enriqueçam todas as pessoas, indo além das divisões religiosas”, concluiu.
Próximas viagens do Papa
Por fim, ao ser questionado sobre futuras viagens, o Papa mencionou seu desejo de visitar a África, particularmente a Argélia, onde pretende promover o diálogo entre o cristianismo e o islamismo. Também expressou interesse em visitar a América Latina, embora as datas e destinos exatos ainda não estejam definidos.
A coletiva do Papa Leão XIV foi um chamado à ação e à reflexão, não apenas sobre os problemas atuais enfrentados nas diversas regiões do mundo, mas também sobre a importância do diálogo em busca da paz, um tema que ressoará com força entre os fiéis e líderes ao redor do globo.
