O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está passando por um momento de transformação sob a liderança do novo diretor, Antonio Miguel Monteiro. Em entrevista à TV Vanguarda, ele destacou que o principal desafio à frente do órgão é sua reestruturação, que deverá ser apoiada por um orçamento estimado em R$ 112,5 milhões para o ano de 2026. Segundo Monteiro, essa reestruturação se faz necessária para contornar entraves existentes que dificultavam o pleno funcionamento da instituição.
Iniciativas para agilidade e eficiência
Monteiro revelou que a nova administração implementou programas intitulados ‘Destrava’ e ‘Desenrola’, que têm como objetivo agilizar processos internos e melhorar as relações com as fundações de apoio. Com essas iniciativas, o tempo de tramitação dos projetos foi significativamente reduzido de 10 a 12 meses para uma média de 40 dias a 9 meses. “Agora, nosso foco é consolidar esses avanços e estabelecer novas metas estratégicas”, afirmou Monteiro.
A meta é atingir um prazo de trinta dias para a análise e aprovação de projetos, além de otimizar a captação de recursos, permitindo um fluxo de trabalho muito mais eficiente. O diretor planeja continuar desenvolvendo os programas já existentes, buscando incrementos nos processos internos do Inpe.
Os novos programas: Reestrutura e Resgata Inpe
Em sua gestão, Monteiro planeja lançar os programas ‘Reestrutura’ e ‘Resgata Inpe’. Ele enfatizou a importância de modernizar o planejamento estratégico do Inpe, atualizando o plano diretor que abrange o período de 2027 a 2031. Entre os projetos que devem ser prioridade estão o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e áreas focadas na pesquisa em ciência atmosférica.
“É crucial aumentar a transparência nas decisões de planejamento e orçamento”, disse o novo diretor, ressaltando a necessidade de um nível mais elevado de clareza nas operações do Inpe.
Desafios futuros e oportunidades de geração
Monteiro também abordou um dos maiores desafios enfrentados pelo Instituto, que é a necessidade de atenção aos recursos financeiros e humanos. Ele reconheceu que há uma necessidade urgente de renovar o quadro de recursos humanos, citando que o último concurso público no Inpe foi realizado há 13 anos. “Estamos trabalhando para mitigar os impactos da transição geracional que está em curso”, destacou.
O programa ‘Resgata Inpe’ visa, de forma concreta, definir o tipo de instituição que o Inpe deseja se tornar. Para garantir um futuro promissor, será necessário discutir a autonomia financeira e administrativa que o órgão precisa ter.
Perfil do novo diretor
Antonio Miguel Viera Monteiro foi escolhido como novo diretor do Inpe após a exoneração de Clézio de Nardin. Formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo, Monteiro possui um mestrado em computação aplicada pelo Inpe e doutorado em Engenharia Eletrônica e Controle e Ciência da Computação pelo Centro de Ciência Espacial da Escola de Engenharia Aplicada da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
O novo diretor está comprometido em transformar o Inpe em uma instituição mais ágil, eficiente e transparente, capaz de enfrentar os desafios futuros que a pesquisa espacial e climática trazem. Com a implementação de suas estratégias, Monteiro espera não apenas modernizar o órgão, mas também garantir que ele continue a desempenhar um papel crucial na ciência e tecnologia no Brasil.
O Inpe, conhecido por suas valiosas contribuições à pesquisa espacial e meteorológica, agora delineia um novo capítulo em sua história, sob a liderança de um profissional que já demonstra ter uma visão clara do futuro que deseja construir para a instituição.


