A Natilus, startup de San Diego, desenvolve uma aeronave com fuselagem integrada, ou “corpo de asa misturada”, que promete diminuir o consumo de combustível e as emissões de poluentes. A inovação sugere uma mudança radical no design tradicional de aviões, com impacto significativo na sustentabilidade do setor aéreo.
Design inovador para economia e sustentabilidade na aviação
O novo formato desloca grande parte da asa para a fuselagem, criando um perfil mais aerodinâmico e eficiente. Segundo Aleksey Matyushev, CEO da Natilus, o modelo Horizon, previsto para transportar cerca de 200 passageiros, consumirá 30% menos combustível e produzirá metade das emissões em comparação com aeronaves como Boeing 737 e Airbus A320, com lançamento estimado para 2030.
A tecnologia tem raízes na década de 1990, quando a McDonnell Douglas estudou esse conceito que, até então, nunca chegou ao mercado. A Natilus já testou o formato no Kona, avião de carga não tripulado que recebeu 400 encomendas e deve voar em escala real nos próximos dois anos. Parte dessas experiências será aplicada ao Horizon, que contará com cabine e tripulação tradicionais.
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De acordo com Matyushev, o formato inovador reduzirá o arrasto em 30%, diminuirá o peso e permitirá o uso de motores menores, aumentando a eficiência por passageiro em até 50%. A fuselagem mais ampla também possibilita layouts internos variados, incluindo lounges e maior espaço útil, sem necessidade de mudanças na infraestrutura aeroportuária.
No entanto, desafios permanecem na estabilidade da aeronave, que depende do design aerodinâmico, e na certificação junto às autoridades, que será rigorosa devido às diferenças em relação aos modelos tradicionais. Esses fatores podem impactar cronogramas e custos do projeto.
Especialistas como Gary Crichlow, da Aviation News Limited, veem potencial na tecnologia, mas alertam para a necessidade de convencer companhias aéreas a adotarem um projeto tão inovador, com operações e treinamentos de tripulação diferentes. A Natilus aposta na sua experiência com o Kona e nos testes em túnel de vento para transformar a promessa em realidade.
O protótipo em escala real está em desenvolvimento, e os próximos anos serão decisivos para verificar se o corpo de asa integrada será o futuro da aviação ou apenas mais um experimento ambicioso.
Fonte: O Globo – Tecnologia e Aviação


