O advogado-geral da União, Jorge Messias, está correndo contra o tempo para consolidar o apoio necessário à sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira, ele intensificou suas visitas a senadores em busca de votos, com a sabatina marcada para o dia 10 de dezembro. No início do dia, Messias se reuniu com Mecias de Jesus, senador dos Republicanos de Roraima, e no final do dia, deverá ser recebido pelo líder do PSD, Omar Aziz, importante figura no cenário político atual.
A crise entre o Planalto e o Congresso
O encontro de Messias com os senadores ocorre em um contexto de crise aberta entre o Palácio do Planalto e o Congresso, além de uma paralisia nas formalidades legislativas. Atualmente, a mensagem presidencial que oficializa a indicação de Messias ainda não foi enviada ao Senado, gerando incertezas entre os senadores e assessores sobre a possibilidade de que a Comissão de Constituição e Justiça leia, na próxima semana, o parecer do relator Weverton Rocha, do PDT do Maranhão, sem a documentação necessária. Os assessores técnicos acreditam que a leitura do parecer pode não ocorrer regimentalmente sem a referida mensagem, acrescentando mais um obstáculo a um calendário já apertado.
O papel de Omar Aziz no processo
O senador Omar Aziz, ao comentar a situação, afirmou que vai tratar o encontro com Messias como um passo institucional, mas não deixou de reconhecer o clima de tensão que marca o cenário político atual. “Eu vou ouvi-lo, tenho boa relação com ele. É normal uma conversa entre um senador da República e o indicado do presidente. Já falei com vários ministros quando foram indicados. Isso é rotina”, destacou Aziz, enfatizando a importância do diálogo em processos dessa natureza.
Desgaste nas relações do governo com o PL
A ofensiva de Jorge Messias ocorre após um novo foco de desgaste nas relações do governo com o Partido Liberal (PL). O convite para que Messias participasse de um tradicional almoço da bancada gerou desconforto entre os membros do PL, resultando em críticas em um chat interno e queixas sobre a falta de comunicação prévia. A pressão interna ocasionou o cancelamento do encontro, refletindo a complicada dinâmica entre diferentes correntes políticas e a dificuldade de construção de uma base de apoio sólida no Senado.
Este cenário propõe desafios adicionais para Messias em sua trajetória rumo ao STF, intensificando a necessidade de uma estratégia de relação pública eficaz e da neutralização de conflitos internos. O que está em jogo é não apenas a posição de Messias no Supremo, mas também o equilíbrio da relação entre o Executivo e o Legislativo, crucial para a governabilidade.
O futuro da indicação de Messias
A expectativa é que, à medida que se aproxima a data da sabatina, Messias intensifique suas atividades para garantir o apoio necessário. A indicação ao STF representa não só uma questão de carreira pessoal, mas também um reflexo das relações políticas e das manobras estratégicas que envolvem a máquina pública brasileira. Observadores destacam que o sucesso ou fracasso da indicação de Messias pode influenciar as próximas movimentações políticas e as alianças que se formarão em torno do governo.
À medida que a data se aproxima, o desenrolar dessa situação será observado de perto tanto pela mídia quanto pela população, com implicações que vão além do simples ato de nomeação, refletindo um período conturbado da política nacional.


