O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu se posicionar de forma contrária ao relatório do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que propõe a manutenção da escala 6×1, mas reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Após debate no Palácio do Planalto, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, declararam que a gestão pretende acabar com a escala 6×1 e estabelecer um limite máximo de 5×2 na rotina laboral.
Posição oficial do governo e perspectivas políticas
Gleisi Hoffmann afirmou que, após a aprovação no Congresso da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o fim da escala 6×1 tornou-se uma “bandeira muito importante” do governo. Como revelou o O Globo, o Planalto passou a defender publicamente o debate do fim da escala 6×1, mesmo que a proposta seja aprovada até o final de 2026.
Segundo Gleisi, o objetivo do governo é reforçar seu compromisso com a redução da jornada para 40 horas semanais, além de limitar a escala de trabalho a, no máximo, 5 dias de trabalho seguidos por 2 de descanso. “A média de horas trabalhadas atualmente é de cerca de 39,8 horas semanais”, destacou a ministra. Ela enfatizou ainda que a iniciativa busca melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, proporcionando mais tempo para lazer, cuidados familiares e resolver questões pessoais.
Reação ao parecer na Câmara e disputas políticas
Na quarta-feira, o deputado federal Luiz Gastão deve apresentar seu parecer sobre o tema na subcomissão de Trabalho da Câmara. Após passar pelo colegiado, o projeto será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, posteriormente, à comissão especial responsável pela PEC.
Guilherme Boulos afirmou que o governo foi surpreendido pelo conteúdo do relatório do parlamentar. “Nós fomos pegos de surpresa pelo relatório que defende a manutenção da escala 6×1. Para o governo, o fim da escala 6×1 sem redução de salário é uma pauta humanitária e de interesse público”, declarou Boulos. O ministro reforçou que a questão transcende interesses partidários e é apoiada por mais de 70% da população brasileira, segundo pesquisas.
Impactos sociais e políticos
A defesa do fim da escala 6×1 é vista como uma estratégia do governo Lula para fortalecer sua agenda social em meio ao período eleitoral do próximo ano. A medida busca atender às reivindicações de trabalhadores e segmentos da sociedade que defendem uma rotina laboral mais justa e equilibrada. A discussão promete continuar no Parlamento nos próximos meses, refletindo o ritmo de debates sobre direitos trabalhistas no Brasil.
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