No cenário atual de embates com o Congresso Nacional, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reforçou nesta terça-feira (2/12) a posição do governo federal em relação ao fim da jornada de trabalho na escala 6×1. A proposta vem sendo debatida há meses dentro da base governista, e a ministra enfatizou a importância de promover uma vida equilibrada para os trabalhadores, que vai além simplesmente da redução da carga horária.
A importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Em suas declarações, Gleisi destacou que “há vida além do trabalho” e que não basta apenas reduzir a carga horária. Para ela, é fundamental que os trabalhadores tenham tempo para lidar com seus problemas pessoais, desfrutar de momentos de lazer e cuidar de suas famílias. A ministra afirma que o governo é favorável ao fim da escala de trabalho 6×1 e está comprometido em limitar a jornada a um máximo de cinco dias de trabalho a dois de descanso, além de defender a redução da carga semanal para 40 horas.
Atualmente, segundo informações, a média de horas trabalhadas pelos trabalhadores brasileiros gira em torno de 39,8 horas semanais. Essa realidade, embora já próxima do objetivo proposto, não atende plenamente a demanda por um equilíbrio saudável entre vida laboral e vida pessoal, objetivo que o governo parece determinado a alcançar.
Proposta de emenda à Constituição
No mesmo evento em que Gleisi se pronunciou, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) apresentou o seu parecer que, embora reduza a jornada de trabalho para 40 horas, mantém a polêmica escala de 6×1. Durante a coletiva à imprensa, a ministra estava acompanhada de várias lideranças políticas, incluindo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, e os deputados Reginaldo Lopes (PT) e Daiana Santos, bem como o senador Paulo Paim. Juntos, eles discutiram essa pauta importante para os trabalhadores.
A deputada Érika Hilton, uma das figuras-chave para a questão no Congresso e autora de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a escala 6×1 e promover condições mais justas para os trabalhadores, também participou da discussão.
Reações à proposta do governo
Guilherme Boulos destacou que o governo ficou “surpreendido” com o relatório que mantém a escala 6×1 e lembrou que o fim dessa jornada sem a redução de salário é uma bandeira defendida pelo presidente Lula. Boulos enfatizou a necessidade de seguir essa luta tanto no parlamento quanto nas ruas, afirmando que “é imprescindível que o Congresso avance nesse processo” e finalize com essa escala de trabalho, propondo a jornada máxima de 40 horas semanais.
As declarações de Gleisi e outras lideranças são um apelo claro por mudanças significativas na legislação trabalhista, uma correção da realidade atual que muitos trabalhadores enfrentam. Ao reconhecer que a vida profissional não deve dominar a vida pessoal, o governo almeja proporcionar um ambiente que valorize não apenas a produção, mas também o bem-estar dos cidadãos.
À medida que o debate avança no Congresso, resta saber quais serão os próximos passos em direção à implementação de uma política que promova um verdadeiro equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal no Brasil. Com a crescente pressão da sociedade e das entidades representativas, as expectativas são altas para que as alterações propostas possam melhorar a qualidade de vida de milhões de trabalhadores brasileiros.


