A partir de 2026, uma nova tributação sobre dividendos, lucros e outras rendas que antes eram isentas passará a valer no Brasil, gerando uma corrida de empresas para antecipar distribuição de lucros neste ano. A estratégia visa evitar o pagamento do imposto que entrará em vigor no próximo ano, e essa movimentação tem implicações econômicas e fiscais relevantes.
Medida para escapar da nova tributação de lucros e dividendos
Segundo especialistas, empresas estão acelerando a declaração de lucros, incluindo lucros ainda não realizados, para que os dividendos pagos até 31 de dezembro sejam considerados isentos. Em alguns casos, há até empréstimos sendo tomados para aumentar a distribuição de dividendos antes do limite, como detalha reportagem de Glauce Cavalcanti e Roberto Malfaccini, do GLOBO.
Impacto na arrecadação e na economia brasileira
Este movimento mostra que, de um lado, o governo está correto ao cobrar impostos de quem antes não pagava nada. De outro, revela a estratégia da elite econômica de evitar a tributação, o que pode diminuir a arrecadação futura. Levantamento da XP Investimentos aponta que, até a semana passada, R$ 42,2 bilhões em lucros e dividendos haviam sido anunciados pelas empresas acompanhadas pela instituição, valor que subiu para R$ 58,7 bilhões na semana seguinte.
Pressão sobre o câmbio e saída de capital
Apesar de nem todos esses dividendos serem pagos no exterior, a antecipação pode pressionar o câmbio com saída de recursos, especialmente considerando o forte fluxo de saída de capitais neste ano e o déficit da conta corrente brasileira, como avalia analistas econômicos.
Possível extensão do prazo para empresas
O Senado já considera estender até 30 de abril de 2026 o prazo de exceção para que empresas possam realizar essas manobras, buscando evitar a tributação que entra em vigor em 1º de janeiro do próximo ano. Essa mudança visa ampliar o espaço para ajustes fiscais, mas também evidencia a resistência de setores da elite em pagar mais impostos.



