O Distrito Federal (DF) anunciou a chegada de cerca de 10 mil doses de vacinas contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite em recém-nascidos. A vacinação direcionada às gestantes deve iniciar ainda em dezembro, embora ainda não tenha uma data exata definida. Essa vacina foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação da Gestante e será aplicada a partir da 28ª semana de gestação, focando na proteção dos bebês com menos de seis meses.
Quem pode vacinar?
A vacina está disponível para todas as mulheres grávidas que estiverem a partir da 28ª semana de gestação. Não há restrições de idade, e será aplicada uma dose a cada nova gravidez. O Ministério da Saúde, que enviou as vacinas ao DF, anunciou recentemente a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o VSR, com distribuição iniciando em novembro.
Renovação da cobertura vacinal em gestantes
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que as doses começarão a ser aplicadas nas gestantes que procurarem as salas de vacinação a partir da primeira semana de dezembro. A meta do Ministério é vacinar pelo menos 80% do público-alvo. Até 2027, a pasta prevê adquirir mais 4,2 milhões de doses para assegurar a vacinação de gestantes em todo o Brasil.
A importância da vacinação contra o VSR
O VSR é um vírus comum no período de inverno, e suas complicações, como bronquite, bronquiolite e pneumonia, resultaram em 83 mil internações de bebês prematuros entre 2018 e 2024 no país. Os dados revelam que, em 2025, os casos de VSR em bebês tiveram um aumento alarmante de 52%. A vacinação tem a capacidade de prevenir cerca de 28 mil internações anualmente, oferecendo proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiando aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos no Brasil.
Estudos mostram que, a cada cinco crianças infectadas pelo VSR, uma necessitará de atendimento ambulatorial. Em média, uma em cada 50 fica hospitalizada no primeiro ano de vida. No Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados anualmente, e o risco é ainda mais elevado entre os prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior do que a observada em crianças nascidas a termo.
Custos e acesso à vacina
Na rede particular, a instalação do imunizante pode custar até R$ 1.500. No entanto, a oferta gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) foi viabilizada através de um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor, que possibilitou a transferência de tecnologia. Assim, o Brasil passará a produzir a vacina em território nacional e terá autonomia para oferecê-la no futuro. O investimento feito pelo governo nessa iniciativa é de R$ 1,17 bilhão.
Esse anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Padilha durante um café da manhã com lideranças religiosas, evidenciando o compromisso do governo em garantir a saúde das gestantes e de seus bebês. Com a chegada das vacinas às Unidades Básicas de Saúde, o Ministério da Saúde também orienta as equipes a checarem e atualizarem a situação vacinal das gestantes, incluindo outros imunizantes, como o da influenza e da covid-19, que podem ser aplicados simultaneamente à vacina contra o VSR.
A preocupação com a saúde infantil e a proteção dos recém-nascidos são prioridades do Ministério da Saúde, que vem adotando medidas para aumentar a cobertura vacinal e reduzir casos graves de doenças respiratórias, especialmente em uma fase tão crítica da vida. Para afirmou Padilha, “a vacina é uma ferramenta fundamental para garantir a saúde das futuras mães e de seus bebês, e devemos todos nos mobilizar para alcançar a imunização necessária e proteger nossa população.”
Com essa nova medida, espera-se que mais gestantes procurem a vacinação e que o impacto positivo na saúde pública seja sentido em breve, contribuindo para a redução de internações e complicações causadas pelo VSR, protegendo a saúde das crianças brasileiras.


