Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Declarações polêmicas de Washington Quaquá sobre megaoperação policial no Rio

No último seminário do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre segurança pública, realizado no Rio de Janeiro, o vice-presidente da sigla e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, fez declarações que rapidamente se tornaram controversas. Em um contexto de debates acalorados sobre a violência no estado, Quaquá elogiou a megaoperação policial realizada em outubro passado nos complexos da Penha e do Alemão, que culminou em 122 mortes, afirmando que “só matou otário” e que “tinha que matar mil”.

A defesa da megaoperação policial

Durante seu discurso, o prefeito não hesitou em defender a ação policial, que foi considerada a operação mais letal da história do Rio de Janeiro. “O Bope só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido”, declarou. Quaquá argumentou que a operação não atingiu seu objetivo de desmantelar efetivamente a organização criminosa na região, uma vez que, na sua visão, seriam necessários muito mais esforços para desfazer a estrutura do tráfico local.

“A operação foi malsucedida não é pelo número de mortos. O Complexo da Penha tem mais de 1 mil soldados do tráfico. Então, se fosse para matar, tinha que matar mil soldados”, completou o prefeito, sugerindo que as mortes deveriam ser parte de uma estratégia maior de combate ao crime organizado na área.

A repercussão das palavras de Quaquá

A fala de Washington Quaquá provocou reações diversificadas nas redes sociais e entre políticos. Críticos apontaram a normalização da violência e o desprezo pela vida humana como questões alarmantes, especialmente considerando o alto número de mortes, incluindo quatro policiais, durante a operação. Para muitos, as declarações de Quaquá revelam um desprezo pela complexidade das condições de segurança pública no estado e podem desvirtuar o debate sobre alternativas pacíficas de resolução de conflitos.

Essa não é a primeira vez que Quaquá se pronuncia sobre a megaoperação. Um dia após a ação, ele afirmou que a operação foi “necessária” para desocupar áreas dominadas pelas facções criminosas, mas lamentou a falta de um planejamento mais cuidadoso por parte do governo estadual. “Não concordo com a maneira como o governador botou o pé na operação, tentando jogar a culpa no Governo Federal, mas a ação foi necessária, embora devesse ser melhor planejada”, disse à época.

O panorama da segurança no Rio de Janeiro

A situação de segurança pública no Rio de Janeiro é tensa e complexa. O estado enfrenta constantes confrontos entre a polícia e facções criminosas, resultando em uma série de megaoperações que muitas vezes culminam em tragédias. Organizações de direitos humanos e especialistas alertam para a necessidade de uma abordagem mais humana e integrada ao combate ao crime, incluindo investimentos em educação, saúde e inclusão social como ferramentas para reduzir a violência.

As declarações de Washington Quaquá levantam questões importantes sobre como as autoridades lidam com a segurança pública e o papel das políticas de segurança em um país que ainda lida com profundas desigualdades sociais. Nos últimos anos, a discussão sobre o uso da força pela polícia tem sido central em debates sobre a eficácia das estratégias de combate ao crime e suas consequências para as comunidades.

Reflexão sobre a violência e as políticas de segurança

Enquanto o debate em torno das declarações de Quaquá continua, é essencial refletir sobre a necessidade de soluções sustentáveis para o problema da violência no Rio de Janeiro. Com as palavras de um líder político resonando no cenário nacional, a esperança é que elas incentivem uma discussão mais aprofundada e responsável sobre segurança pública, que priorize a vida e a dignidade humana em suas abordagens.

As controvérsias em torno das operações policiais destacam a importância de um diálogo aberto e construtivo que busque compreender as raízes da violência e da criminalidade, em vez de simplesmente elogiá-las como manifestações de bravura policial. A humanidade deve ser sempre um componente central nas políticas de segurança.

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