Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Vídeos ocultos revelam acesso a abortos tardios no Canadá sem justificativa médica

Uma semana após a publicação de vídeos secretos feitos por ativista pró-vida Alissa Golob, denúncias sobre o acesso irrestrito a abortos tardios no Canadá continuam a provocar debate nacional. Golob, que se infiltrou em clínicas em Toronto, Montreal, Vancouver e Calgary em 2023, revelou conversas com profissionais que afirmaram ser possível realizar abortos até 32 semanas, sem necessidade de justificativa médica.

Aborto tardio no Canadá: práticas reveladas por investigação

Nos vídeos divulgados — três dos quais já estão disponíveis online — Golob mostra diálogos com funcionários que descrevem procedimentos como “mini natimorto” e oferecem orientação para expulsar o feto no carro, com motivos como já ter dois filhos ou simplesmente “não querer estar grávida”.

Essas gravações desafiam a narrativa de que abortos tardios no país são realizados apenas em casos de risco à saúde da mãe ou por anomalias fetais graves, alegação frequentemente usada por políticos e organizações a favor do aborto.

Captura de vídeo gravado na clínica de Montreal. Crédito: RightNow YouTube/B.C. Catholic

Golob explicou, em entrevista por e-mail ao The B.C. Catholic, que a reação do público canadense tem sido visceral, principalmente de pessoas que acreditavam que abortos tardios eram casos extremos e raros.

Ela relatou que muitas pessoas pró-escolha enviaram mensagens de repúdio, afirmando que abortos sem limites “simplesmente não deveriam ser permitidos”. Já defensores do direito ao aborto demonstraram maior confusão, com alguns questionando a veracidade das gravações, apesar de elas terem sido confirmadas como autênticas.

Legislação restritiva impede divulgação de vídeos em Alberta

Uma descoberta preocupante feita por Golob foi que ela não pode divulgar o vídeo de Calgary devido às rígidas leis de zona de exclusão, que podem acarretar multas ou prisão por distribuir imagens gravadas na região. Ela afirmou que a legislação de Alberta é “a mais severa do país” e ameaça a liberdade de divulgar as evidências.

Profissionais de saúde, embora não tenham entrado em contato diretamente, reagiram com surpresa em fóruns online, tentando negar a prática de abortos tardios até serem confrontados com as gravações.

Até o momento, nenhuma clínica envolvida se pronunciou publicamente, indicando que sabem que foram expostas e preferem manter silêncio.

Organizações pró-aborto, como a Action Canada, alegam que os vídeos carecem de contexto, o que Golob desmente, afirmando que as gravações foram editadas de forma justa, uma vez que ela possibilitou a verificação total do conteúdo às mídias.

Reações políticas e debates sobre estatísticas

Políticos conservadores, incluindo Leslyn Lewis e Maxime Bernier, divulgaram os vídeos, enquanto membros do Partido Liberal criticaram a investigação. Golob revelou que os registros mostram como é fácil obter encaminhamentos para abortos tardios, mesmo por razões extremamente superficiais, como a simples vontade de não estar mais grávida.

Ela também destacou uma questão pouco discutida: a confiabilidade dos dados oficiais de abortos tardios, já que muitas vezes as horas de gravação mostram que qualquer gravidez após 20 semanas é tratada como natimorto, dificultando a obtenção de números precisos sobre a incidência real dessas práticas.

“Precisamos saber quantos abortos realmente acontecem e por quê”, afirmou Golob, salientando a falta de transparência nas estatísticas provinciais.

Perspectivas e conexões futuras

Apesar de não planejar novas divulgações de vídeos, Golob acredita que a revelação inicial esteja promovendo uma reflexão nacional inédita. “As pessoas estão vendo algo que ouviram falar ser impossível por anos — e querem respostas”, afirmou.

Instituições de direitos reprodutivos continuam a defender que os vídeos foram divulgados sem contexto ou manipulação, embora Golob reitere que as gravações refletem fielmente o que foi registrado, tendo disponibilizado as gravações completas para verificação independente.

Até que mudanças legislativas ocorram em Alberta, a questão dos abortos tardios no Canadá continuará sob forte debate, com implicações que vão muito além das fronteiras provinciais.

Fonte: The B.C. Catholic

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