A Fazenda Futuro, uma das maiores marcas brasileiras de alimentos plant-based, reestruturou suas operações após o declínio do entusiasmo pelo mercado de carne vegetal, que chegou a atingir projeções de R$ 2 bilhões no Brasil. Apesar do mercado ter encolhido para cerca de R$ 200 milhões, a companhia mantém o volume de vendas e busca consolidar sua presença nacional, especialmente entre consumidores veganos.
Revisão de estratégias e foco no mercado doméstico
Segundo Marcos Leta, cofundador da Fazenda Futuro, a suspensão da expansão internacional e a redução da equipe fizeram parte de uma estratégia de ajuste financeiro. “A gente diminuiu a estrutura, mas vende o mesmo volume”, afirmou Leta, que ressaltou a parada nas vendas externas iniciada em 2021 para adequar os planos às novas condições do mercado.
Antes da desaceleração, a empresa tinha planos de entrar em diversas regiões do exterior, acionada por expectativas de investimento elevado. Essas ações foram revistas após a saída de investidores, incluindo a própria cantora Anitta, que trocou ações por promoção da marca. “Recompramos a participação dos fundos porque não fazia sentido seguir naquele cronograma”, explicou Leta.
Transformação do perfil do consumidor
Originalmente, o público-alvo da Fazenda Futuro eram consumidores que buscavam uma alternativa mais sustentável à carne animal, com preferência por sabores e texturas semelhantes. Agora, a principal clientela são consumidores veganos, uma mudança que reflete a adaptação às novas dinâmicas do mercado.
“A gente espera que o consumidor de proteína animal volte, mas não temos qualquer visibilidade de quando isso vai acontecer”, afirmou Leta. Segundo ele, o impacto do fim do hype foi uma redução no investimento em tecnologias de alimentos plant-based, o que pode limitar o crescimento do setor ainda nesta fase.
Perspectivas futuras
Apesar do cenário desafiador, a Fazenda Futuro mantém o foco na ativação de seus produtos nas prateleiras e atualmente está presente em cerca de 20 mil pontos de venda no Brasil, incluindo todos os principais supermercados das grandes cidades. A estratégia, segundo Leta, é ampliar a demanda nesse canal consolidado, ao invés de aumentar o número de pontos de venda.
“Nosso foco é ativar o produto na rede de vendas que já temos”, destacou o empresário, que é membro da família fundadora da rede de supermercados Zona Sul. A empresa busca consolidar sua posição no mercado interno, mesmo com as dificuldades impostas pela redução do hype e pela mudança no perfil do mercado.
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