Nos últimos dias, documentos do Ministério do Planejamento e Orçamento revisaram para R$ 1.627 a previsão do salário mínimo para 2026, uma redução em relação à estimativa anterior de R$ 1.631. A discussão sobre o tema deve ocorrer nesta quarta-feira (3) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), e, se aprovada e incorporadas ao orçamento anual, as propostas resultarão em um aumento de 7,18% em relação ao valor atual de R$ 1.518.
Estimativas do governo para o salário mínimo de 2026
Após a atualização dos dados utilizados pelo Legislativo nas discussões sobre as contas públicas 2026, o governo revisou a previsão do salário mínimo – atualmente em R$ 1.518 – para R$ 1.627. Essa projeção, caso aprovada, refletirá o crescimento da economia e os parâmetros fiscais considerados na elaboração do orçamento.
Projeções do Dieese sobre o valor ideal
Paralelamente, uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que o salário mínimo necessário para garantir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas, em janeiro de 2025, seria superior a R$ 7 mil. O cálculo é baseado no preço da cesta básica de São Paulo, de R$ 851,82 no último mês, considerada a mais cara entre 17 capitais analisadas.
Contexto e impacto
Segundo o levantamento, o preço da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais avaliadas, o que elevou a estimativa do salário mínimo ideal para R$ 7.156,15 — aproximadamente 4,71 vezes o valor atual. A análise do Dieese segue os critérios constitucionais, que determinam que o salário mínimo deve cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Debate e pressões sobre o custo de vida
As diferenças entre as projeções do governo e do Dieese reforçam o debate sobre o aumento real do salário mínimo e o impacto do custo de vida do trabalhador. O próximo passo no Congresso será decidir qual desses valores será incorporado ao orçamento de 2026, influenciando diretamente o poder de compra da população.
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