O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso em uma operação da Polícia Federal (PF) após um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF) confirmar a violação de sua tornozeleira eletrônica. As autoridades foram acionadas para investigar as condições do dispositivo, que apresentou sinais claros de avaria. Durante essa inspeção, o ex-presidente admitiu que havia utilizado um ferro de solda na tentativa de abrir a tornozeleira.
A inspeção e os danos na tornozeleira
Os fiscais da SEAPE-DF foram informados sobre a possibilidade de que Bolsonaro tivesse “batido a tornozeleira na escada”. No entanto, ao chegarem ao local, a policial responsável pela fiscalização desmentiu essa versão. Segundo ela, o dispositivo não exibia sinais de terem sido causados por choque contra uma escada. Em vez disso, o relatório indicou que a tornozeleira tinha “sinais claros e importantes de avaria”, com marcas de queimadura na circunferência, especialmente na área de fechamento do case.
Um vídeo do momento em que a equipe inspeciona o dispositivo também foi divulgado, mostrando as condições em que a tornozeleira se encontrava. Este material visual é um dos elementos fundamentais que sustentam as alegações de violação feitas pela SEAPE-DF. No vídeo, os agentes identificam claramente as marcas suspeitas, corroborando a situação descrita no relatório.
As declarações de Bolsonaro
Durante a abordagem feita pelos policiais, Bolsonaro foi questionado sobre o que poderia ter causado os danos. Ele surpreendeu ao afirmar que havia feito uso de um ferro de solda, alegando que a intenção era apenas “curiosidade”. Abaixo, um trecho do diálogo entre Bolsonaro e a polícia, que mostra a sua admitida violação:
- Policial: “Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”
- Bolsonaro: “Meti ferro quente aí. Curiosidade.”
- Policial: “Que ferro foi? Ferro de passar?”
- Bolsonaro: “Não, ferro de solda.”
- Policial: “Aquele que tem uma ponta?”
- Bolsonaro: “Sim.”
- Policial: “O senhor tentou puxar a pulseira também?”
- Bolsonaro: “Não, não, isso não.”
Esse diálogo visa esclarecer as motivações por trás da ação de Bolsonaro e os motivos que levaram as autoridades a considerar a prisão como uma medida necessária. O fato de que ele estava sob monitoramento eletrônico e ainda assim optou por danificar o equipamento levanta questões sobre sua responsabilidade durante o cumprimento das medidas impostas pela justiça.
Consequências da violação
A violação da tornozeleira eletrônica é um crime sério que pode resultar em severas punições. Além de questões legais, a ação de Bolsonaro provoca uma série de debates na sociedade brasileira sobre a responsabilização de figuras públicas e as medidas tomadas para garantir o cumprimento das regras judiciais. Especialistas em direito penal indicam que a violação de dispositivos de monitoramento eletrônico é frequentemente tratada com rigidez pelas autoridades, especialmente quando o monitorado é alguém com um histórico político relevante.
A liberdade de Bolsonaro agora está em risco, e os desdobramentos desse caso podem impactar tanto sua vida pessoal quanto sua imagem pública. A relação com seus apoiadores e a reação do público em geral será observada com grande interesse, visto que a situação provoca uma divisão entre defensores e críticos do ex-presidente.
*Reportagem em atualização.
Para mais detalhes sobre o ocorrido e o diálogo completo entre Bolsonaro e a polícia, você pode consultar a íntegra da reportagem aqui.




