A Polícia Federal soltou na noite de quinta-feira (20) dois suspeitos presos na operação que investiga um esquema fraudulento envolvendo o Banco Master. Eles deixaram a sede da Superintendência da corporação em São Paulo sob proteção, após o fim do período de prisão temporária, que não foi renovada, conforme informações do portal G1.
Suspeitos libertados e outros presos na operação
André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor de uma empresa suspeita de envolvimento no esquema, e Henrique Souza Silva Peretto, sócio de uma das empresas investigadas, foram liberados segurando travesseiros e tentando esconder os rostos ao saírem da delegacia. Os dois tinham pedido de prisão temporária válido por três dias, sem renovação, com base na defesa.
Já outros cinco presos, que são executivos do banco, continuam na sede da Polícia Federal devido ao caráter preventivo de suas detenções. A prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi mantida pela Justiça, em decisão liminar da desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Decisão judicial e argumentos da defesa
A magistrada justificou a decisão afirmando que há indícios veementes de gestão fraudulenta e de organização criminosa, além de riscos à ordem pública e econômica. Segundo ela, o esquema apresenta sinais de obstrução da Justiça e de operações financeiras fraudulentas, que podem causar prejuízos bilionários.
Ao solicitar a liberdade de Vorcaro, a defesa alegou que as informações apresentadas pela Polícia Federal eram genéricas e sem risco concreto. Os advogados também destacaram que a investigação relatou fatos não contemporâneos e que a liquidação do banco pelo Banco Central se deu após a tentativa frustrada de venda para o BRB, Conta de que o empresário pretendia viajar para os Emirados Árabes para assinar a venda do banco.
Em nota, a assessoria de Vorcaro afirmou que continuará pedindo sua liberdade, respeitando o devido processo legal e as garantias constitucionais.
Operação e controvérsias
A operação, batizada de Compliance Zero, revelou que o Banco Master de Vorcaro enfrentava dificuldades e que, enquanto o Banco Central avaliava a venda da instituição, a suspeita é que tenha ocorrida uma tentativa de driblar a fiscalização. Segundo o Ministério Público Federal, o banco teria comprado carteiras de crédito de uma empresa de ex-funcionário sem pagamento e revendido os títulos ao BRB, transferindo cerca de R$ 12,2 bilhões de janeiro a maio de 2025, com pagamentos imediatos.
As autoridades apontam que essas operações foram realizadas de forma irregular para evitar a intervenção do Banco Central, o que reforça a gravidade da fraudulenta atuação financeira da organização criminosa, considerada responsável por prejuízos que podem chegar a bilhões de reais.
Contexto e continuidade das investigações
A investigação aponta que, embora a desembargadora tenha autorizado a libertação dos suspeitos, as apurações sobre todo o esquema fraudulento continuam. As próximas etapas envolverão a análise do mérito dos pedidos de liberdade apresentados pelos advogados de Vorcaro e demais investigados.
Para o Ministério Público Federal, a continuidade da prisão de alguns investigados é fundamental para garantir a ordem pública e evitar novos crimes relacionados ao esquema.
Mais informações sobre o caso podem ser conferidas no site do Globo.



