A Garofalo, uma das principais exportadoras de massa da Itália, pode ter suas operações nos Estados Unidos impactadas por tarifas antidumping que ultrapassam 100%. Com exportações que representam cerca de um quinto do faturamento, a empresa aguarda uma decisão do governo dos EUA que pode elevar ainda mais os custos de venda.
Impacto das tarifas antidumping na massa italiana
Desde 2024, as empresas italianas de massa, incluindo a Garofalo, estão sob investigação do Departamento de Comércio dos Estados Unidos por suposto dumping — venda a preços artificiaimente baixos. Segundo o órgão, muitas não forneceram informações solicitadas, o que resultou na sugestão de uma tarifa punitiva de 91,74%. Com a tarifa existente de 15% acordada na União Europeia, o total de tarifas pode chegar a aproximadamente 107%, dificultando a venda na América.
Reação de empresas e riscos futuros
Massimo Menna, CEO da Garofalo, classifica a situação como “inacreditável” e afirma que a empresa forneceu todas as informações solicitadas, cogitando que possa ter ocorrido um mal-entendido na troca de dados com o Departamento de Comércio. “Temos a força de saber que estamos certos”, afirmou Menna, que aposta na reversão da decisão ao longo do processo legal.
Se as tarifas forem mantidas ou aumentadas, os custos podem inviabilizar a exportação de massa italiana para os EUA, principal mercado de consumo de produtos autênticos. Além da Garofalo, empresas como a La Molisana, Barilla e Rummo também estão na mira das investigações.
Restrições às tradições e o valor da autenticidade
Produtores italianos defendem a validade de suas tradições de produção, que incluem o uso de métodos artesanais e ingredientes de origem italiana, características que remetem à alta qualidade e autenticidade. Essas regras, porém, dificultam respostas rápidas frente a desafios externos e aumentam os custos de adaptação ao mercado internacional.
Cenário de incertezas e resistência dos fabricantes italianos
Apesar das dificuldades, empresas como a Garofalo continuam esperando uma revisão das tarifas. A perspectiva é de que o caso seja decidido apenas no início de 2026, mantendo a esperança de que uma solução diplomática e legal seja alcançada para evitar prejuízos maiores.
Enquanto isso, pequenos produtores de Gragnano — cidade símbolo da massa italiana — manifestam preocupação com o impacto das tarifas, que podem enfraquecer ainda mais a presença de produtos genuínos nas prateleiras americanas. Elena Elefante, CEO da 28 Pastai, relata que tem tentado manter os preços competitivos, mas que os altos custos de exportação ameaçam a autenticidade e o acesso ao mercado externo.
Massa, símbolo cultural e econômico de Gragnano
Para a cidade de Gragnano, onde o clima seco e o ar das montanhas aproveitam-se na secagem da massa artesanal, a exportação de massas de alta qualidade é muito mais do que negócios. É uma tradição que remonta a 1789 e uma peça fundamental na cultura local, representando orgulho e identidade.
Com a sombra dos altos custos de exportação, inquietação cresce. Pequenas fabricantes, como a 28 Pastai, passam a temer que tarifas marcadamente altas possam não apenas reduzir suas vendas externas, mas também incentivar a falsificação de produtos, prejudicando a imagem do “Made in Italy”.
Perspectivas de intervenção e esperança de reversão
Apesar do cenário adverso, empresários italianos acreditam na potencialidade de uma resolução favorável às suas demandas. Como afirmou Menna, “Estamos confiantes de que tudo será corrigido, e que nossos esforços terão sucesso.”
O caso reflete uma disputa comercial que envolve interesses políticos, econômicos e culturais, e que pode determinar o futuro das tradicionais massas italianas no mercado internacional.
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