Na manhã do último sábado (15), a catedral de Bari, cidade natal do sacerdote Carmine De Palma, foi o palco de sua cerimônia de beatificação, conduzida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Nascido em 1876 e falecido em 1961, De Palma se destacou por sua espiritualidade autêntica e pelo profundo cuidado que ofereceu aos fiéis durante seu ministério pastoral. O cardeal Semeraro enfatizou a importância da “fraternidade sacerdotal” em sua atuação, afirmando que “ele não falava para alguém, mas com alguém”, o que revela a essência de seu trabalho pastoral.
A mensagem de amor e caridade do novo beato
A cerimônia, celebrada em nome do Papa, trouxe à tona o carisma de Carmine De Palma, que, segundo o cardeal, estava profundamente enraizado na caridade. “A espiritualidade, quando é autêntica, combina-se sempre com a caridade para com o próximo”, afirmou Semeraro, referindo-se ao trecho do Evangelho de João que destaca Cristo como o “bom pastor” que conhece e ama suas ovelhas. Este mantra guiou a vida e o ministério de De Palma, que dedicou sua vida à Ação Católica e à direção espiritual, especialmente de sacerdotes e seminaristas.
Desde seus tenros 10 anos, De Palma ingressou no Seminário, sendo ordenado sacerdote em 1898. Ele se tornou capelão da Basílica de São Nicolau em 1900, onde atuou em diversas atividades pastorais, incluindo celebrações e confissões, sempre demonstrando um compromisso genuíno com a comunidade local.
Um exemplo a ser seguido: a fraternidade e ajuda espiritual
Semeraro destacou dois aspectos fundamentais da espiritualidade de De Palma: a fraternidade entre sacerdotes e o cuidado dedicado aos leigos. Em sua homilia, o cardeal lembrou que a solicitude de De Palma pela comunidade foi reconhecida durante o Processo de beatificação, onde inúmeros testemunhos de seus colegas foram apresentados em sua defesa. “Que nosso Beato tenha vivido essa fraternidade sacramental é demonstrado pelos muitos testemunhos de sacerdotes”, disse.
Além disso, o cardeal destacou como De Palma atuou como um guia espiritual para muitos fiéis que buscavam orientação em sua vocação à santidade. Ele foi visto não apenas como um ministro da reconciliação, mas como um “guia claro e equilibrado” para aqueles que procuravam ajuda em discernir a vontade de Deus em suas vidas.
Uma comunicação que transforma vidas
Um aspecto único da personalidade de De Palma foi sua capacidade de se comunicar genuinamente com as pessoas. Semeraro observou que o novo beato não comunicava “a” alguém, como muitas vezes é feito nos dias de hoje, mas sim “com” alguém. Este modo de se relacionar foi mencionado pelo Papa Francisco, que criticou a superficialidade das comunicações atuais, alertando para a perda do sabor da fraternidade. O cardeal destacou que De Palma não apenas se expressava, mas realmente ouvia e se importava com aqueles ao seu redor, gerando um impacto duradouro na vida das pessoas.
O legado de caridade do Beato Carmine De Palma
A caridade simples e cotidiana também foi uma marca registrada da vida de De Palma. O cardeal Semeraro relatou um episódio em que De Palma, junto a seu amigo Aníbal Maria Di Francia, ajudou um pobre aflito que estava em situação vulnerável. A atitude de auxílio se tornava uma extensão de sua fé e amor ao próximo, mostrando o que significa viver com e entre os santos.
Por fim, Semeraro refletiu sobre a ideia de que a verdade deve se transformar em caridade, citando Bento XVI. “Que a verdade se torne em mim caridade e que a caridade acenda como fogo também o outro”, enfatizou, mostrando o profundo compromisso que o novo beato teve com sua missão de vida.
A beatificação de Carmine De Palma representa um momento de alegria e inspiração para muitos, lembrando-os da importância da fraternidade, do cuidado e da verdadeira comunicação na construção de uma comunidade de fé vibrante. Com isso, a vida e o legado do novo Beato continuam a ressoar, guiando novos fiéis em sua jornada espiritual.
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