Brasil, 14 de novembro de 2025
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The Seduction: uma releitura feminista de perigosas paixões

Série francesa da HBO Max reimagina Marquise de Merteuil como uma mulher ferida em uma história carregada de erotismo e reflexão sobre poder e liberdade

A nova minissérie da HBO Max, intitulada The Seduction, estreia com uma proposta audaciosa: oferecer uma versão feminista e contemporânea da clássica obra Les Liaisons dangereuses de Pierre Choderlos de Laclos. Composta por seis episódios, a produção propõe uma abordagem mais empática e complexa de suas personagens femininas, em especial de Merteuil, que ganha agora um percurso de resistência em meio às opressões patriarcais.

Recontando a história de Merteuil

A narrativa inicia com um prólogo que apresenta uma jovem Isabelle (interpretada por Anamaria Vartolomei), fugindo de um convento para casar com seu amor. O casamento, entretanto, revela-se uma ilusão. Isabelle é vítima de um conluio arquitetado por Valmont (Vincent Lacoste), um sedutor que manipula suas vítimas com falsos identidades e jogos de poder.

Após sua humilhação, ela infiltra-se no círculo libertino de Madame de Rosemonde (Diane Kruger), tia de Valmont, disposta a se vingar. Assim, a trama se desenrola entre jogos sexuais, estratégias de manipulação e uma reflexão sobre os limites da liberdade feminina sob a opressão patriarcal.

Uma narrativa carregada de erotismo e filosofia francesa

A série traz uma estética sensual e provocativa, explorando temas como sexo, poder e vulnerabilidade — aspectos que, segundo a crítica Judy Berman, fazem de The Seduction uma releitura mais livre e feminista do clássico. A produção não deixa de exibir cenas de nudez e relações omnisexuais, destacando a busca por liberdade e afirmação das personagens femininas.

O roteiro também mergulha na filosofia francesa, abordando a dualidade entre amor e poder, vulnerabilidade e controle, especialmente para mulheres que vivem sob o peso do patriarcado. Como ressalta Berman, a série mostra que sexuar pode ser uma expressão de amor ou uma ferramenta de dominação, às vezes simultaneamente, e que a confusão entre esses caminhos leva as personagens a refletirem sobre suas próprias escolhas.

Perspectivas de inovação na narrativa clássica

Ao colocar Merteuil como protagonista, The Seduction desconstrói a figura da vilã e a redefine como uma mulher ferida, que luta por autonomia e reconhecimento. Essa abordagem proporciona uma nova leitura de um universo recheado de manipulação e decadência, atualizando o contexto para refletir as questões femininas atuais.

Segundo a crítica, a série dialoga bem com o público contemporâneo, que busca histórias com conteúdo e protagonismo feminino, sem abrir mão do erotismo e da estética visual sofisticada. O diretor Jessica Palud conseguiu transmitir a tensão entre os personagens de forma delicada e poderosa, enriquecendo a narrativa com detalhes que convidam à reflexão.

Expectativas para o restante da temporada

Com episódios disponíveis às sextas-feiras e uma narrativa que combina elementos históricos e debates políticos sobre autonomia feminina, The Seduction promete seguir explorando temas relevantes para o público atual. A produção reforça a ideia de que liberdade deve ser uma conquista diária, especialmente para mulheres que se reinventam perante as imposições sociais.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma do HBO Max, que disponibiliza a série em sua biblioteca. A expectativa é de que a produção dialogue com diversas gerações, estimulando debates sobre história, sexo e poder no século XXI.

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