Brasil, 14 de novembro de 2025
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Retinopatia diabética: como a diabetes pode levar à cegueira

Mais de 13 milhões de brasileiros têm diabetes, e a retinopatia diabética é uma grave consequência que pode comprometer a visão.

A visão pode oscilar: em alguns dias embaça, em outros clareia. Essa instabilidade, comparada a uma montanha-russa nada divertida, é um dos primeiros sinais da retinopatia diabética, uma complicação da diabetes que pode levar à cegueira. Recentemente, a Sociedade Brasileira da Diabetes destacou a importância de se conscientizar sobre essa condição, especialmente no Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. Atualmente, mais de 13 milhões de brasileiros vivem com diabetes, o que representa 6,9% da população, segundo dados do Ministério da Saúde.

Entendendo a retinopatia diabética

A diabetes é uma doença que altera os níveis de glicose no sangue, podendo afetar diversos órgãos do corpo. Nos olhos, ela compromete a retina e pode evoluir para a retinopatia diabética, uma das principais causas de perda de visão em pessoas entre 20 e 75 anos, de acordo com as autoridades de saúde federais.

De acordo com o médico oftalmologista Marcello Colombo Barboza, diretor clínico do Hospital Visão Laser, em Santos (SP), a retinopatia diabética ocorre quando o excesso de açúcar no sangue danifica os pequenos vasos da retina, a parte sensorial do olho. “Esses vasos se fragilizam e começam a vazar líquidos e sangue”, explica. Os pacientes, então, notam uma flutuação em sua visão, especialmente em períodos de picos de glicose. “A situação se torna crítica quando esse embaçamento não se recupera, indicando que a retina pode ter sido permanentemente lesionada”, detalha o médico.

Sinais de alerta da retinopatia diabética

Reconhecer os primeiros sintomas é essencial para a prevenção. Colombo enfatiza que a “visão de montanha-russa” — caracterizada por embaçamento, manchas, perda da visão central e distorção de imagens — são sinais de alerta que não devem ser ignorados. “A chave é identificar esses sintomas precocemente para evitar danos irreversíveis”, afirma.

Prevenção e diagnóstico

Sobre a prevenção, o médico ressalta que o controle rigoroso da glicose é o mais eficaz. “É o que realmente pode salvar a visão. Um descontrole, mesmo que breve, pode acarretar danos irreversíveis”, alertou. O exame de fundo de olho é igualmente crucial, pois possibilita identificar lesões nos vasos da retina, nervo óptico e estruturas vasculares em tempo real.

Um exemplo motivador é a história de Isalinda Gonçalves, que aos 68 anos, se deparou com a diabetes durante um exame oftalmológico. Aos 93, ela compartilha sua experiência: “Eu sentia a visão de montanha-russa, achava que era só falta de óculos. Quando fui ao oftalmologista, descobri que tinha retinopatia diabética e fiquei apavorada”, diz, refletindo sobre os riscos dolorosos da condição. “A diabetes é silenciosa e não se sente nada. A visão é fundamental e perder a capacidade de enxergar é uma tristeza enorme”, completa.

Tratamentos disponíveis

Para aqueles que já enfrentam a retinopatia diabética, o controle glicêmico e o acompanhamento semestral com exame de fundo de olho podem ser suficientes para estabilizar a doença e evitar a cegueira. Nos casos mais avançados, são consideradas terapias como fotocoagulação a laser, injeções de medicamentos ou até mesmo a cirurgia de vitrectomia, que remove o gel vítreo do olho. Colombo ressalta a importância de integrar esses tratamentos a um acompanhamento nutricional e mudanças de hábitos saudáveis para melhores resultados.

Por fim, o médico adverte que, apesar da impossibilidade de reverter os danos causados pela retinopatia diabética em estágios avançados, a conscientização e o controle rigoroso da diabetes são fundamentais para garantir a saúde ocular dos pacientes. “O controle glicêmico é essencial, mas é o que mais custa a ser alcançado quando se trata de conscientizar os pacientes”, conclui.

Com informações de saúde e apoio adequado, é possível preservar a visão e a qualidade de vida dos brasileiros que convivem com essa doença. Prevenção e acompanhamento médico regular são, sem dúvida, os melhores caminhos a seguir.

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