Brasil, 14 de novembro de 2025
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Por que os esforços humanitários continuam fracassando

Apesar de recursos e tecnologia, as crises de fome persistem devido à abordagem isolada, interesses econômicos e desigualdade estrutural

O ex-diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA), David Beasley, alerta que os esforços humanitários falham repetidamente devido à negligência das causas profundas da insegurança alimentar e às relações de poder que utilizam a comida como arma.

O ciclo de crises e a falha na visão holística

Beasley, que atuou em crises como Iêmen, Síria, Afeganistão e Gaza, explica que muitas ações de emergência são ativadas após cada grande desastre, mas sem uma estratégia integrada que aborde as raízes do problema. “Tratamos a fome como uma crise isolada, mas ela é consequência de conflitos, desigualdade e desigual acesso a recursos”, afirma o especialista.

Fome como ferramenta de controle e paz

Segundo Beasley, a comida tem um duplo papel: pode ser o vetor da paz e a arma de domínio. Durante a tentativa de construir estabilidade, o uso inteligente do alimento pode facilitar processos de reconciliação e prevenção de conflitos. No entanto, líderes e grupos também usam a alimentação para manipular populações, fortalecendo divisões e agravando crises.

Hunger como força impulsionadora de conflitos

Ele destaca que a fome extrema, alimentada por guerras e desigualdades, impulsiona migrações forçadas e violência, muitas vezes em regiões distantes, como Sudan, Iêmen e Gaza. “As pessoas arriscam tudo para obter uma única sacola de farinha, e essa desesperança é o que alimenta a violência”, explica.

Desafios e avanços na luta contra a fome

Apesar de recursos recordes arrecadados e avanços nas campanhas de ajuda, Beasley adverte que o maior obstáculo está na política e na economia mundial. “Temos riqueza e tecnologia suficientes, mas interesses de curto prazo e cortes em programas essenciais prejudicam a construção de soluções duradouras”, critica.

Perspectivas para o futuro dos esforços humanitários

Para que essas ações sejam efetivas, Beasley defende uma mudança de paradigma, investindo em políticas que promovam a igualdade, combate às desigualdades e a resolução dos conflitos na origem. Assim, o combate à fome não será apenas uma questão de repartir alimentos, mas de transformar estruturas e interesses que perpetuam a crise.

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