No último dia 3, o rapper Oruam reagiu de forma contundente a uma postagem da deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) que chamou a atenção nas redes sociais. A parlamentar publicou uma imagem sentado em um trono imponente, cercada por fuzis, munições e balas, que foi logo identificada como uma referência ao seriado “Game of Thrones”. No entanto, a legenda “Game of Santa Catarina” trouxe um tom mais polêmico à imagem, levantando discussões sobre segurança e apologia ao crime.
A polêmica nas redes sociais
A reação de Oruam foi imediata, com um comentário que ainda ecoa nas redes sociais: “Se eu postar uma foto dessa, é apologia ao crime.” Com isso, o rapper não apenas expressou sua indignação, mas também estabeleceu um princípio de comparação que reforça sua crítica à maneira como atitudes podem ser vistas de forma diferente dependendo de quem as pratica. A postagem da deputada ocorreu em um contexto complicado, no qual o PL (Partido Liberal) atravessa uma disputa interna pela candidatura ao Senado em 2026, com Júlia declarou apoio à candidatura do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Contexto político e social
Essa situação vem à tona em um momento em que o Brasil está cada vez mais atento ao tema da segurança pública. Com o aumento da violência em algumas regiões, a forma como figuras públicas se expressam pode influenciar a opinião pública. Observações como as feitas por Oruam refletem uma preocupação maior com a responsabilização das ações de representantes políticos, especialmente em relação ao uso de armas e à glorificação da violência.
Quem é Oruam?
Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam, é um rapper que vem ganhando notoriedade nas plataformas de streaming, com um número considerável de ouvintes. O artista, que tem um sólido relacionamento com seus seguidores nas redes sociais, é também filho de Marcinho VP, uma figura notória associada ao Comando Vermelho, um dos maiores sindicatos de tráfico de drogas do Rio de Janeiro.
Oruam já enfrentou dificuldades com a lei; em 22 de julho, foi preso após uma tentativa de impedir que a Polícia Civil cumprisse mandados de busca e apreensão em sua residência. Atualmente, ele responde a várias acusações, incluindo tráfico de drogas e resistência à autoridade. Diante de todo esse cenário, sua posição em relação à postagem de Júlia Zanatta adquire um peso ainda maior, evidenciando a complexidade do debate sobre justiça e segurança em algumas camadas da sociedade.
Reflexão sobre a hipocrisia nas redes sociais
O que a situação entre Oruam e Júlia Zanatta revela é uma hipocrisia latente nas redes sociais. Oruam, um artista que já enfrentou a lei de forma direta, aponta a inconsistência na maneira como figuras públicas representam a violência e o uso de armas. O rapper parece estar provocando um debate mais amplo sobre as normas sociais e a aceitação de comportamentos que, para alguns, são normais e, para outros, inaceitáveis.
Essa dualidade não é exclusiva do ambiente político; ao contrário, a discussão sobre a glorificação da violência e da apologia ao crime ressoa em várias áreas da sociedade, sendo um teste para a ética e moral das figuras públicas. A resposta do público a situações como essa também pode modificar a narrativa e proporcionar um espaço para que diferentes visões sobre segurança, responsabilidade e representação sejam discutidas.
Por fim, fica evidente que a troca de farpas entre Oruam e Júlia Zanatta irá provocar uma série de debates acerca do papel das redes sociais na política e no cotidiano da sociedade. É necessário que este tipo de interação gere reflexões construtivas sobre a representação da violência e suas consequências no Brasil contemporâneo.
A interação entre esses dois lados – o do rapper e da deputada – pode ser vista como uma oportunidade para um diálogo mais profundo e necessário sobre os caminhos que a política e a sociedade seguem em direção a um futuro mais seguro e justo.


