Na última quarta-feira, altos oficiais militares dos Estados Unidos se reuniram com o presidente Donald Trump para apresentar opções atualizadas de operações militares na Venezuela, que incluem, entre outras coisas, a possibilidade de ataques terrestres. A discussão ocorreu na Casa Branca e contou com a participação do Secretário de Guerra, Pete Hegseth, e do Presidente do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, que informaram o presidente sobre as possibilidades de ação para os próximos dias, segundo fontes que estavam próximas das reuniões.
Embora tenham sido discutidas diversas opções, até o momento nenhuma decisão final foi tomada, conforme indicado por duas fontes ao canal CBS News. A Casa Branca, por meio de seus porta-vozes, não comentou a respeito, nem o porta-voz do Pentágono fez declarações a respeito do assunto.
Contexto das operações militares
A comunidade de inteligência dos Estados Unidos também contribuiu com informações sobre as potenciais operações. A diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, não participou das discussões na Casa Branca, pois estava retornando de uma viagem ao exterior. Já o Secretário de Estado, Marco Rubio, estava no Canadá participando de uma cúpula do G7 com ministros das Relações Exteriores.
Um dia antes das reuniões, o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald Ford entrou na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, que é a unidade principal para operações na América do Sul e no Caribe. O porta-aviões junta-se a uma flotilha de destróieres, aviões de guerra e ativos de operações especiais que já estavam na região.
Nos últimos dois meses, o exército dos EUA realizou ataques contra pelo menos 21 embarcações que segundo as autoridades americanas estavam transportando drogas da América do Sul para os EUA. Até agora, os EUA realizaram 20 ataques direcionados, sendo que uma operação no final de outubro teve como alvo duas embarcações. Estima-se que pelo menos 80 supostos traficantes tenham sido mortos nesses ataques, enquanto dois sobreviventes foram repatriados para seus países de origem, Equador e Colômbia. Um dos homens, que foi liberado no Equador, foi solto após as autoridades locais não encontrarem provas de que ele havia cometido algum crime.
A ofensiva contra o tráfico de drogas
Durante uma cúpula de defesa na quarta-feira em Fort Wayne, Indiana, Hegseth ressaltou as ações do governo Trump contra os traficantes de narcóticos. Em um tom categórico, ele alertou: “Meu conselho para organizações terroristas estrangeiras é: não entrem em um barco. Se você está traficando drogas que estão envenenando o povo americano e sabemos que você pertence a uma organização terrorista designada, você é um terrorista ou traficante estrangeiro — nós vamos encontrá-lo e nós iremos matá-lo”.
Essa declaração reflete a postura agressiva da administração Trump em relação ao tráfico de drogas, especialmente em um contexto onde as tensões na América Latina estão aumentadas e a preocupação com a segurança interna dos Estados Unidos permanece em alta.
Enquanto o governo dos EUA se prepara para possíveis operações na Venezuela, o cenário político e militar da região continua sendo monitorado de perto por autoridades locais e internacionais. A perspectiva de uma intervenção militar norte-americana levanta questões sobre as implicações geopolíticas e as reações que poderiam ser geradas dentro e fora do país sul-americano.
Com os desdobramentos dessa situação, a comunidade internacional aguarda atentamente as próximas ações do governo dos EUA e como estas poderão afetar a dinâmica na Venezuela e nas relações entre as Américas.


