O Nubank anunciou que a implementação de recursos de inteligência artificial (IA) no Brasil contribuiu para ampliar os limites de cartão de crédito de parte dos clientes, impulsionando a receita e os lucros do trimestre, conforme divulgado nas demonstrações financeiras de quinta-feira. A carteira de crédito cresceu 42%, atingindo US$ 30,4 bilhões em setembro, impulsionada por melhorias na análise de risco e avaliação de clientes.
Novo modelo de análise de risco melhora desempenho e expande limites
Segundo Guilherme Lago, diretor financeiro da fintech, a IA ajudou a aprimorar a análise de crédito, permitindo que o banco ofereça limites mais altos a clientes aos quais tinha menor exposição, sem aumentar proporcionalmente os riscos. “A melhoria que teve o maior impacto até agora foi a da análise de crédito, e essa análise aprimorada pode nos ajudar a acelerar o crescimento com o mesmo nível de risco”, afirmou Lago em entrevista antes do anúncio dos resultados.
O avanço na avaliação de risco foi fundamental para o crescimento do lucro líquido ajustado, que atingiu US$ 829 milhões no trimestre, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior e acima da estimativa média de analistas, de US$ 770,4 milhões, conforme dados da Bloomberg.
Expansão do modelo de análise de risco e planos internacionais
O Nubank começou a implementar um novo modelo de análise de risco, parcialmente acelerado pela aquisição da Hyperplane, uma empresa de inteligência de dados do Vale do Silício adquirida em junho de 2024. Segundo Lago, o novo modelo é mais preciso na identificação de riscos, permitindo oferecer limites mais altos a clientes com menor exposição ao risco.
O banco está aplicando a nova metodologia inicialmente no Brasil, em cartões de crédito, com previsão de iniciar sua utilização no México até dezembro. A intenção é utilizá-lo também no processo de aprovação inicial de clientes em uma segunda fase, tornando as decisões mais rápidas e seguras.
Perspectivas de crescimento e inovação no mercado internacional
Nos Estados Unidos, o Nubank busca atuar como banco nacional, tendo solicitado autorização para ampliar sua atuação no país, onde já opera com uma licença de instituição financeira não bancária. As operações no México também avançam, com previsão de operação bancária completa no próximo ano, visando conquistar clientes que recebem salários por lá.
Segundo Lago, o México já apresenta números melhores do que o Brasil em algumas linhas de produto, mesmo com menor base de clientes, comparando com 2019, quando a unidade mexicana tinha um volume semelhante de clientes. Hoje, o Nubank possui 127 milhões de clientes, incluindo 4,3 milhões de novos integrantes no terceiro trimestre.
Além disso, a fintech continua a explorar mercados além da América Latina. Recentemente, solicitou uma licença bancária nos Estados Unidos, visando ampliar sua presença e atingir expatriados latino-americanos. A empresa também contratou Michael Rihani como diretor de criptoativos, reforçando seu foco em ativos digitais e em estratégias globais.
Outros resultados relevantes do trimestre
Entre os números destacados, a receita do Nubank cresceu 39% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 4,2 bilhões, superando as estimativas do mercado. O banco também registrou aumento no número de clientes, que chegou a 110,1 milhões no Brasil, 13,1 milhões no México e 3,8 milhões na Colômbia.
A inadimplência da carteira brasileira caiu 0,4 ponto percentual, atingindo 6,8%, o que reforça a gestão eficiente de riscos da empresa durante a fase de expansão.
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