No dia 13 de novembro, a Blue Origin realizou com sucesso a segunda missão do seu foguete New Glenn, lançando a missão ESCAPADE da NASA rumo ao planeta vermelho, Marte. Neste histórico evento, o foguete não apenas decolou diretamente do Cape Canaveral Space Force Station, mas também fez uma impressionante aterrissagem em alto-mar, reafirmando a competência da Blue Origin no setor aeroespacial.
A importância da missão ESCAPADE
ESCAPADE, que significa Escape and Plasma Acceleration and Dynamics Explorers, é uma missão pioneira que envia duas sondas para estudar como Marte, que um dia teve água em sua superfície, perdeu sua atmosfera ao longo do tempo. Com um custo de cerca de 80 milhões de dólares, a missão se destaca por ser significativamente mais econômica do que as missões mais tradicionais da NASA.
As sondas foram construídas pela Rocket Lab, em colaboração com a NASA e a Universidade da Califórnia, Berkeley. De acordo com Robert Lillis, investigador principal da missão, ESCAPADE representa uma nova abordagem para a ciência espacial, servindo como uma precursor para futuros projetos semelhantes.
Detalhes do lançamento
A decolagem aconteceu às 15h45 EST (20h45 GMT), com o foguete New Glenn completando suas manobras de forma precisa, incluindo a separação dos estágios aproximadamente três minutos após o lançamento. O primeiro estágio, crucial para a recuperação, iniciou manobras de desaceleração para pousar no navio de recuperação “Jacklyn,” que se encontrava a 604 km na costa do Atlântico.
Embora o objetivo principal fosse a missão ESCAPADE, a Blue Origin já havia tentado uma aterrissagem semelhante em sua primeira tentativa, sem sucesso. No entanto, esse teste anterior serviu para coletar dados importantes que facilitaram o sucesso desta vez, com a Blue Origin se tornando a segunda empresa na história a recuperar um foguete durante um voo operacional.
O que a missão irá investigar?
As duas sondas, conhecidas como Blue e Gold, estarão posicionadas no ponto de Lagrange 2, a aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros da Terra, por um ano. O objetivo é coletar dados sobre a atmosfera marciana e compreender como a mesma se deteriorou ao longo das eras devido à interação com o vento solar.
A perspectiva de uma atmosfera densa é vital para a manutenção da água, e os cientistas estão ansiosos para descobrir por que Marte passou de um planeta semelhante à Terra para um deserto árido. A missão irá agregar dados a pesquisas em andamento por outras sondas que já estão em Marte, oferecendo uma nova perspectiva sobre a atmosfera marciana.
Depois de um ano em Lagrange, as sondas realizarão uma manobra que as levará de volta à Terra, iniciando um percurso para Marte que desafia as convenções tradicionais de lançamento. Richard French, da Rocket Lab, explicou que essa trajetória inovadora aumenta as opções de lançamento disponíveis, enquanto a NASA promete utilizar os dados obtidos para entender melhor a evolução do planeta vermelho.
Desafios e soluções da missão
O desenvolvimento da missão enfrentou uma série de atrasos, desde a primeira data prevista para o lançamento em 2024. A NASA optou por adiar a decolagem até que o foguete New Glenn tivesse pelo menos um lançamento bem-sucedido em seu histórico. Essa decisão levou a um aumento nos custos, mas também à preparação cuidadosa para a missão.
Agora, com o lançamento realizado com êxito e a missão em andamento, a Blue Origin e a NASA estão focadas em explorar as riquezas e os segredos de Marte, enquanto a indústria espacial se agita com a possibilidade de novas descobertas.
Enquanto isso, a Blue Origin já vislumbra o futuro, com planos de realizar uma quantidade significativa de lançamentos utilizando o New Glenn, que poderá transportar cargas pesadas para a órbita terrestre. A parceria com a Amazon para o lançamento da constelação de satélites Project Kuiper também destaca a inovação em curso dentro da empresa.
Assim, a missão ESCAPADE não é apenas uma etapa significativa para a exploração de Marte, mas também um catalisador para o avanço das tecnologias de lançamento e exploração espacial. A jornada para o conhecimento nunca foi tão emocionante, e os próximos anos prometem trazer novas revelações sobre o planeta vermelho.


