Brasil, 14 de novembro de 2025
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MP-BA denuncia chefe e 23 integrantes da maior rede de tráfico de animais do Brasil

O Ministério Público da Bahia denunciou um grupo que liderava o tráfico de animais silvestres, incluindo espécies ameaçadas.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) deu um passo importante na luta contra o tráfico de animais silvestres ao denunciar mais de 20 integrantes da maior rede criminosa de tráfico de animais do Brasil. A operação resultou na prisão de Weber Sena de Oliveira, conhecido como “Paulista”, considerado o líder do grupo. A informação foi divulgada pela instituição nesta última sexta-feira, 14 de novembro de 2025, dois meses após sua prisão em flagrante na cidade de Mascote, localizada no extremo sul da Bahia.

A operação e as detenções

Weber Oliveira foi detido no dia 5 de setembro durante a “Operação Fauna Protegida”, em que foi flagrado transportando ilegalmente 135 aves. Além dele, o MP-BA denunciou os envolvidos por integrarem uma rede criminosa encarregada do tráfico de diversas espécies de animais silvestres, incluindo aquelas ameaçadas de extinção, por lavagem de dinheiro, receptação qualificada e maus-tratos a animais.

A operação mobilizou um grande número de agentes e investigações, revelando que o grupo atuava há mais de 20 anos, principalmente na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com ramificações para o Espírito Santo. Segundo as investigações, 14 dos denunciados eram fornecedores, com dez deles atuando na Bahia, além de cinco receptadores e três transportadores. A companheira de “Paulista”, identificada como Ivonice Silva e Silva, é apontada como a operadora financeira da organização criminosa.

Movimentação financeira ilícita

As investigações revelaram que, em apenas seis meses, entre fevereiro e agosto de 2023, aproximadamente R$ 500 mil foram movimentados nas contas de Ivonice, que também teria recebido depósitos referentes a “encomendas” de animais silvestres, com quantidades que chegavam a mais de mil pássaros em uma única transação. Acompanhada de “Paulista” em suas operações, ela se responsabilizava por realizar pagamentos aos fornecedores localizados no Sudeste e Norte da Bahia, bem como no Nordeste de Minas Gerais.

A captura e o acondicionamento dos animais

As técnicas utilizadas pelo grupo para capturar os pássaros eram cruéis, envolvendo armadilhas e redes com 20 metros de comprimento, que permitiam a apreensão de até 500 aves em um único dia. Espécies como estevão, canário e trinca-ferro eram frequentemente alvos dessas práticas predatórias. As aves capturadas eram mantidas em cativeiros provisórios em condições extremamente precárias, sem alimentação adequada, aguardando a ação de “Paulista” para serem transportadas principalmente para o estado do Rio de Janeiro e para Salvador.

Rota de tráfico e descoberta do esquema

A investigação sobre a rota utilizada pela rede de tráfico foi elaborada a partir de um estudo de 31 manchas de calor realizado pelo projeto “Libertas”, da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa). Esse trabalho possibilitou a identificação das diversas etapas do crime e facilitou a ação das autoridades.

Ao todo, cinco denúncias foram apresentadas contra o grupo criminoso, sendo que quatro delas foram formalizadas no dia 29 de outubro de 2025, no contexto da segunda fase da operação “Fauna Protegida”. Esses esforços culminaram em dois mandados de prisão preventiva, 17 mandados de busca e apreensão e três prisões em flagrante.

Lista dos denunciados

Confira a lista completa dos denunciados e presos em virtude desta operação:

  • Weber Sena Oliveira, “Paulista”, líder da organização criminosa, preso preventivamente e denunciado desde setembro.
  • Ivonice Silva e Silva, companheira de Paulista, operadora financeira.
  • Uallace Batista Santos, fornecedor.
  • Messias Bispo dos Santos, fornecedor.
  • Gilmar José dos Santos, fornecedor.
  • Ademar de Jesus Viana, fornecedor.
  • Josevaldo Moreira Almeida, receptador.
  • Donizete Gonçalves Dias, fornecedor.
  • Judcael Ribeiro da Silva, “Cael”, fornecedor.
  • Jocimar Ferreira da Silva, fornecedor.
  • Valda Ribeiro da Silva, fornecedora.
  • Allef de Oliveira Araújo, fornecedor.
  • Carlito Araújo de Oliveira, fornecedor.
  • Lázaro Roberto Leal, “Lazinho”, receptador.

Essas ações ressaltam a necessidade de uma constante vigilância e planejamento para a proteção das espécies ameaçadas de extinção e o combate à lavagem de dinheiro. O MP-BA continua a investigar e ressaltar a importância de denunciar essas práticas ilegais, convidando a população a se engajar nesse esforço de preservação ambiental.

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