O governador da Califórnia, Gavin Newsom, lançou uma ameaça ao governo de Donald Trump após o Departamento de Justiça ingressar com uma ação judicial contra o novo redistritamento do estado, aprovado pelos eleitores em 4 de novembro. A disputa judicial visa impedir que as mudanças nas divisas políticas, que visam fortalecer os democratas, sejam implementadas por alegação de violações constitucionais.
Guerra de redistritamento entre Califórnia e governo Trump
O Departamento de Justiça descreveu o propedêutico 50, que redesenha os limites dos distritos, como uma “alteração apressada das linhas distritais”. Em documento judicial, o órgão alegou que a nova configuração viola a cláusula de proteção igualitária da 14ª Emenda ao citar o uso de racismo como proxy para interesses políticos.
Segundo o DOJ, há “vantagem racial” na criação do novo mapa, especialmente no Distrito 13, onde dados indicam que fatores raciais foram predominantes na definição das fronteiras, o que, na visão da acusação, viola o princípio de igualdade perante a lei.
Reação de Newsom e clima político
Declarações duras
Em resposta à ação legal, a assessoria de imprensa de Newsom afirmou que “perdedores perderam na urna e em breve perderão na justiça”, fazendo referência à rejeição popular ao governo federal na questão do redistritamento.
O governador também criticou a intervenção federal, acusando o governo Trump de tentar manipular o processo democrático. “Esses perdedores perderam na votação, e em breve também na corte”, declarou Newsom.
Contexto e impacto da disputa
Na votação de novembro, os eleitores aprovaram a Proposição 50, que visa alterar as limites dos distritos, na esperança de possibilitar maior representação democrata na Câmara dos Deputados, buscando obter cinco das quinze cadeiras federais de Sacramento na próxima legislatura.
Entretanto, o movimento enfrentou resistência de republicanos na própria Califórnia, que também contestaram o mapa aprovado após a aprovação popular. A ação do DOJ marca uma escalada na batalha judicial, colocando em risco a implementação das mudanças eleitorais.
Implicações para o futuro
Analistas políticos veem o confronto como mais uma batalha na guerra de redistritamento, que tem sido marcada por tensões entre interesses partidários e normas constitucionais. O resultado pode influenciar futuras reformas eleitorais e o equilíbrio de poder no estado e no país.
Especialistas destacam que, se a justiça determinar que fatores raciais foram utilizados de forma indevida, o mapa poderá ser modificado, afetando a estratégia dos democratas na tentativa de ampliar sua bancada no Legislativo.
