Brasil, 14 de novembro de 2025
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Dados revelam disparidades regionais no mercado de trabalho brasileiro

Apesar da taxa de desemprego nacional atingir 5,6%, regiões do Norte e Nordeste enfrentam desafios maiores no mercado de trabalho

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 5,6% no terceiro trimestre deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. No entanto, as diferenças regionais no mercado de trabalho revelam desigualdades preocupantes, com estados do Norte e Nordeste enfrentando dificuldades maiores, enquanto regiões do Sul e Sudeste apresentam pleno emprego.

Desigualdades regionais no desemprego

Enquanto Espírito Santo, Rondônia, Santa Catarina e Mato Grosso registram taxas de desemprego entre 2,3% e 2,6%, estados do Norte e Nordeste ainda convivem com índices de dois dígitos, como Pernambuco (10%) e Bahia (8,5%). Os números evidenciam que o aquecimento da economia tem beneficiado mais as regiões mais maduras e conectadas do país, deixando os estados menos dinâmicos atrás na recuperação.

Fatores que explicam o cenário desigual

Vitor Hugo Miro, pesquisador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, da FGV Ibre, avalia que os estados do Norte e Nordeste demonstraram um fôlego mais restrito para responder ao crescimento do mercado de trabalho. “Nos últimos trimestres, houve melhora. Mas os do terceiro trimestre indicam uma perda de fôlego, com estabilidade na taxa de desemprego e patamares elevados em algumas unidades da federação”, afirma.

Janaina Feijó, especialista em Economia Aplicada da FGV Ibre, explica que fatores como a estrutura produtiva, o contexto político e a capacidade de geração de emprego influenciam esse desempenho. “São regiões menos dinâmicas, com menor quantidade de empresas, infraestrutura precária e desafios de qualificação da força de trabalho”, destaca.

Impacto da educação e da qualificação

Segundo Miro, esforços estaduais, especialmente no ensino fundamental, vêm buscando superar o déficit educacional, mas ainda há gargalos no ensino médio que dificultam a formação de profissionais qualificados. “A falta de capacitação e o pouco dinamismo econômico se retroalimentam, dificultando a elevação do nível de emprego na região”, explica.

Muito se discute sobre a saída de mão de obra mais qualificada, que muitas vezes migra para regiões com maiores oportunidades. “Hoje, temos dificuldade de manter profissionais qualificados, que são transferidos para postos de trabalho em outros estados ao avançarem na carreira”, aponta.

Indicadores do mercado de trabalho por região

Diferentes métricas reforçam as disparidades. A taxa de subutilização no Brasil é de 13,9%, mas chega a 29,1% no Piauí e a 26,2% na Bahia. Já Santa Catarina (4,4%) e Mato Grosso (6,0%) apresentam os menores índices de ociosidade.

Além disso, os estados do Norte e Nordeste têm maior proporção de trabalhadores por conta própria. No Maranhão, essa modalidade representa mais de um terço (33,1%) da ocupação, enquanto no Pará e no Amapá chega perto de 30%. Em contrapartida, Distrito Federal, Acre e Goiás apresentam percentuais abaixo de 20%.

Taxas de desemprego por unidade da federação

Dados de desemprego por estado — Foto: Editoria de Arte

O quadro por estado confirma a disparidade. Pernambuco, por exemplo, mantém uma taxa de desemprego elevada, enquanto Santa Catarina apresenta indicadores próximos ao pleno emprego.

Para mais detalhes, confira o artigo completo no Fonte original.

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