Os Correios estão em busca de pelo menos R$ 5 bilhões no mercado até o fim deste ano para equilibrar as contas de 2025, diante de uma grave crise financeira. A companhia afirma que, sem esse reforço até dezembro, não teria condições de pagar salários e quitar dívidas com fornecedores, apesar de ainda não ter se manifestado oficialmente.
Crise financeira e necessidade de novos recursos
Com dificuldades de caixa, os Correios ainda não atendem aos requisitos para operações com aval do Tesouro, que pode abrir uma exceção. A estatal, que passou pela privatização em 2022 e atualmente se chama Axia Energia, enfrenta um prejuízo acumulado de R$ 4,3 bilhões em 2025. Entre abril e junho, a perda chegou a R$ 2,6 bilhões, quase cinco vezes maior que o mesmo período do ano anterior, que было de R$ 553,1 milhões.
Busca por reestruturação e alternativas de socorro
Plano de reestruturação em andamento
Para recuperar fôlego, a diretoria discute um plano que inclui o fechamento de cerca de mil agências e unidades operacionais, além de um programa de desligamento voluntário (PDV), com meta de adesão de 6.348 funcionários e realocação de outros dez mil trabalhadores para áreas mais críticas. A expectativa é economizar aproximadamente R$ 830 milhões com essas medidas.
Fundo imobiliário e dificuldades na obtenção de recursos
Também está sob avaliação a criação de um fundo imobiliário, elaborado pela Caixa Econômica Federal, que usaria ativos dos Correios — um portfólio de 2.366 imóveis avaliados em R$ 5,4 bilhões — para evitar um empréstimo. No entanto, a burocracia na obtenção dos dados necessários tem atrasado a estruturação dessa operação.
Eletronuclear e o risco de colapso financeiro
Além dos Correios, a Eletronuclear enfrenta dificuldades financeiras e pediu ao governo federal um socorro de R$ 1,4 bilhão para fechar as contas até o fim do ano. A companhia foi responsável pelo segundo maior empréstimo de uma estatal federal garantido pela União — um crédito de R$ 3,8 bilhões concedido pela Caixa em 2013 para a construção da usina nuclear Angra 3, que nunca foi concluída.
Segundo alertas da direção da Eletronuclear, há risco de colapso operacional e financeiro já a partir de novembro. A situação agrava-se em meio a um prejuízo de R$ 4,3 bilhões previsto para 2025, enquanto a tentativa de reestruturação inclui a venda de ativos imobiliários e outras ações para amenizar as dificuldades.
Histórico de empréstimos e contexto de financiamentos públicos
Entre 2011 e 2014, a Finep — vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação — acumulou R$ 8 bilhões em empréstimos do BNDES para projetos de inovação tecnológica e o Plano Inova Empresa, lançado em 2013. Essas operações representam o esforço das estatais brasileiras em buscar recursos através de linhas de crédito públicas, muitas vezes diante de restrições para acessar financiamento privado.
Os recursos obtidos pelo governo e bancos públicos desempenharam papel crucial na tentativa de sustentar a atividade de empresas públicas em crise, como é o caso da Correios e da Eletronuclear. Ainda assim, a busca por novas fontes de financiamento permanece desafiante, evidenciando os limites para a solvência dessas companhias.
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