Os Correios estão em uma corrida contra o tempo para obter R$ 10 bilhões em 15 dias, recursos essenciais para equilibrar suas contas e evitar um colapso financeiro maior. A estatal busca um empréstimo com garantia da União, previsto para ser concretizado até o final do mês, diante de uma situação econômica delicada e perdas acumuladas.
Objetivo é garantir recursos e reestruturar as finanças dos Correios
O montante representa metade dos R$ 20 bilhões inicialmente previstos pela estatal, que precisou rever suas estratégias após negociações com bancos cobrarem altas taxas. A chegada do empréstimo será fundamental para pagar dívidas, aliviar a folha salarial e apoiar o plano de reestruturação financeira, especialmente a redução de gastos com pessoal.
Programa de demissão voluntária e redução de despesas
Para alcançar a meta de 10 mil desligamentos, os Correios estariam dispondo condições mais atraentes aos funcionários interessados, visando uma economia de R$ 2 bilhões anuais na folha de pagamento. No último PDV, a adesão foi de 3,6 mil funcionários, de um potencial de 8 mil. A expectativa é ampliar esse número nesta nova rodada.
Negociações e dificuldades na captação de recursos
O governo e a direção da empresa buscam aumentar a oferta de crédito, incluindo bancos de menor porte, com limite de juros de até 120% do CDI, padrão considerado adequado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para operações garantidas pela União. A proposta inclui captar até R$ 20 bilhões, mas atualmente se discute a obtenção de pelo menos R$ 10 bilhões, considerando a viabilidade e custos envolvidos.
Desafios de contratos e custos elevados
Nos últimos meses, o custo dos empréstimos aumentou devido a descumprimentos contratuais, como a violação de cláusulas relativas ao estoque de precatórios. Com esse problema, a taxa de juros atingiu até 136% do CDI — acima do limite máximo de 120% para operações com garantia do governo, o que elevou o custo de operações já existentes, como o empréstimo de R$ 1,8 bilhão feito com o Citibank, BTG Pactual e ABC Brasil.
Impacto da crise na saúde financeira dos Correios
Em 2025, a empresa acumulou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões, com R$ 2,6 bilhões somente no segundo trimestre, quase cinco vezes maior que o mesmo período de 2024. O caixa apresenta uma perda de cerca de R$ 750 milhões mensais, dificultando pagamento de dívidas, regularização com fornecedores e manutenção do serviço de entregas, que atualmente tem índice de conformidade de 92%, abaixo do ideal de 95%.
Riscos adicionais e medidas futuras
Além da crise financeira, os Correios enfrentam obstáculos por operações anteriores, como o aumento de juros devido à renegociação de um contrato de precatórios, cuja conta chegou a R$ 2,05 bilhões no segundo trimestre, acima do limite de R$ 900 milhões definido em contrato. A estatal também considera possíveis operações de crédito com sindicatos de bancos, semelhantes a contratos anteriores, que poderão garantir o reforço financeiro necessário.
Medidas de controle e acompanhamento por instâncias externas
Para evitar questionamentos, os Correios apresentaram seu plano de reestruturação ao Tribunal de Contas da União, que acompanha o processo. A expectativa é que o empréstimo ajude a sanar o desequilíbrio financeiro, regularizar pagamentos e viabilizar a recuperação da capacidade operacional da estatal.
A situação financeira da empresa continua delicada, com o risco de o não cumprimento das metas e contratos elevar ainda mais os prejuízos. Apesar das melhorias recentes no índice de entregas, que subiu de um dado crítico de 76% para 92%, a recuperação plena depende da estabilização financeira e da obtenção dos recursos necessários.
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