Brasil, 14 de novembro de 2025
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Bruno Henrique é absolvido de suspensão em caso de manipulação de apostas

Decisão do STJD modifica sanções e jogador volta aos gramados.

Na tarde de ontem, Bruno Henrique, atacante do Flamengo, obteve uma importante vitória no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ele foi absolvido da pena de 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil em um polêmico caso de manipulação de apostas. O Pleno do STJD reavaliou a decisão da primeira instância e converteu a punição, condenando o atleta a uma multa reduzida de R$ 100 mil. Mas o que levou os auditores a reverterem o resultado do julgamento?

O contexto do julgamento de Bruno Henrique

No início de setembro, Bruno Henrique havia sido condenado sob o artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata da “ação contrária à ética desportiva com o fim de influenciar o resultado de partidas”. A acusação alegava que o jogador tinha forçado um cartão amarelo intencionalmente durante uma partida do Brasileirão de 2023 contra o Santos, realizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Após ser denunciado, a defesa de Bruno Henrique recorreu e conseguiu um efeito suspensivo, permitindo que ele continuasse jogando enquanto seu caso era reanalisado.

Quando foi denunciado pelo STJD em agosto, Bruno Henrique enfrentava a possibilidade de condenação em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O primeiro, o já mencionado 243-A, previa penas de 12 a 24 jogos de suspensão e multa que variava de R$ 100 a R$ 100 mil. O segundo, o artigo 243, era mais abrangente e estipulava que a penalidade poderia ir de 180 dias até 720 dias, o que corresponderia a uma suspensão de até dois anos. No entanto, o desfecho do caso contou com surpresas.

No final da contas, o jogador foi condenado apenas no artigo 191, que aborda descumprimentos mais gerais de regulamentos sem uma infração específica, resultando em uma não imposição de suspensão.

A defesa e os argumentos apresentados

A decisão do Pleno do STJD não foi unânime, com um resultado de 6 a 3. A defesa liderada pelo advogado Michel Asseff Filho argumentou que o cartão amarelo forçado por Bruno Henrique não foi uma ação com a intenção de prejudicar o clube, mas sim parte de uma estratégia da comissão técnica. Segundo os argumentos apresentados, a suspensão de Bruno Henrique no jogo seguinte contra o Fortaleza o permitiria jogar contra o Palmeiras, beneficiando a equipe em compromissos subsequentes do Brasileirão.

Uma das principais discussões durante a sessão foi sobre a “tática” utilizada por algumas equipes de futebol para forçar cartões amarelos antes de jogos considerados menos relevantes. A defesa argumentou que a conduta do jogador se inseria em um contexto rotineiro do futebol.

A acusação de que havia informações privilegiadas sendo repassadas para o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Júnior, que supostamente teria comunicado a outros três apostadores, também perdeu força diante dos argumentos da defesa, o que contribuiu para a absolvição do atacante.

Sentença e futuro do jogador

Com o Pleno do STJD sendo a última instância para este tipo de recurso, não há mais possibilidade de apelações. Bruno Henrique está agora oficialmente liberado para voltar aos gramados, com a mente focada em ajudar o Flamengo em suas próximas partidas. Neste sábado, o time enfrentará o Sport pelo Brasileirão, às 18h30, e o jogador foi confirmado para a escalação.

A mudança na pena de suspensão para apenas um valor em multa reflete não apenas uma construção de argumentação sólida, mas também a importância de discutir e reformular as questões envolvendo a ética no esporte. O caso de Bruno Henrique deverá ser um exemplo para futuras decisões envolvendo manipulação de jogos e a interpretação das regras que regem o futebol brasileiro.

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