Brasil, 13 de novembro de 2025
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Déficit com os EUA sobe 341% após tarifa e afeta exportações brasileiras

Tarifas impostas pelos Estados Unidos elevam o déficit comercial do Brasil, com impacto significativo nas principais categorias de exportação

Entre agosto e outubro de 2025, as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros provocaram aumento expressivo no déficit comercial do Brasil com os norte-americanos, que passou para US$ 4,7 bilhões, um crescimento de 341% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Monitor Macroeconômico da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Este aumento refletiu a forte retração nas exportações, especialmente em produtos como carne bovina, café, maquinaria, açúcar e madeira, que tiveram quedas de até 78,8% em valor exportado.

Impactos das tarifas e mudanças no comércio bilateral

A implementação da tarifa de 50% sobre diversos bens brasileiros reduziu as exportações brasileiras para os Estados Unidos, em 24,9%, contribuindo para a ampliação do déficit. Os produtos mais afetados sofreram quedas expressivas, com carne bovina, café, maquinaria, açúcar e madeira registrando retrações entre 17,3% e 78,8% em valor exportado. Apesar da busca por mercados alternativos, como China e México, os Estados Unidos ainda permanecem como o principal destino da madeira brasileira, evidenciando que a diversificação ainda não conseguiu compensar integralmente as perdas no comércio bilateral.

Setores mais afetados e oportunidades de recuperação

Entre os bens sujeitos à tarifa de 10%, o minério de ferro foi o mais prejudicado, com uma retração de 83,3%, enquanto o aço caiu 60,2%, mudando a posição dos Estados Unidos de segundo para terceiro maior comprador, atrás da Argentina. A única exceção positiva foi o alumínio, que registrou aumento de 314,3% nas exportações para o mercado americano, ampliando a participação brasileira neste segmento.

Embora o impacto seja forte, o relatório do Ministério da Fazenda aponta sinais de resiliência na pauta exportadora do Brasil. O país aumentou suas vendas para a Ásia, especialmente China, Cingapura e Índia, além de ampliar o comércio com países das Américas, como Argentina e México. Notavelmente, a participação chinesa nas exportações brasileiras subiu de 25% para 29% no período, demonstrando esforço de diversificação de mercados.

Perspectivas econômicas e cenário global

Mesmo com o choque tarifário e a desaceleração moderada da economia, as projeções do Ministério da Fazenda indicam crescimento de 2,2% do PIB em 2025, após 3,4% em 2024. A inflação, medida pelo IPCA, deve atingir 4,55%, enquanto o desemprego recuou para 5,6%, menor nível em mais de uma década. No entanto, as contas externas continuam pressionadas, com déficit em transações correntes estimado em US$ 56 bilhões para 2025, além de uma dívida pública que deve atingir 80,7% do PIB.

O cenário externo permanece desafiador, mas o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil mantém-se forte, somando US$ 63,2 bilhões entre janeiro e setembro. A origem desses capitais vem, em sua maioria, da Europa e da China, com redução na participação dos Estados Unidos. Esses movimentos indicam uma capacidade de adaptação e resiliência externa, fundamentais para o país superar as tensões comerciais atuais, segundo analistas do setor.

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